Após um período de revés iniciado em meados de abril, os preços do arroz recuperaram força na última semana no Rio Grande do Sul, graças à boa liquidez mantida pelo cereal no período. De acordo com o Indicador CEPEA/IRGA-RS, o valor médio ponderado da saca de 50 quilos do produto em casca aumentou 0,36% entre os dias 7 e 14 de junho, chegando a R$ 72,22, o maior patamar em termos nominais desde o final de abril. No dia 15, a cotação estava em R$ 72,24, e a variação no mês é de 0,78%. A necessidade de aquisição de volumes para cumprimento de contratos já assumidos e o maior interesse pela exportação se refletiram em compradores mais ativos no mercado nos últimos dias, avaliou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
Segundo o consultor Evandro Oliveira, da Safras & Mercado, um conjunto de variáveis contribui para a reação dos preços do arroz. Uma delas é o aumento do consumo do cereal no mercado interno, impulsionado pela proximidade do inverno e pela liberação de recursos do Auxílio Brasil e do saque extraordinário do FGTS. “Entre os alimentos da cesta básica, o arroz é o que está com o menor valor. Num prato de arroz, feijão, proteína e salada, (o cereal) chega a estar mais barato que a salada”, destaca Oliveira. A guerra entre Rússia e Ucrânia, grandes produtores mundiais de trigo, elevou as cotações desse item a patamares recordes, o que deixou seus derivados, como farinha, pão e macarrão, mais caros no mercado brasileiro e acabou direcionado a demanda para o arroz, explica o consultor.
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