Nesta terça-feira (21), movimentos do campo e da cidade, organizações populares, partidos e famílias ameaçadas de despejo foram às ruas pedir a manutenção da medida que suspende desapropriações e remoções forçadas no país. As organizações denunciam que após o vencimento da medida expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a partir de 1º de julho, cerca de 150 mil famílias podem ficar sem moradia. Segundo levantamento feito pela campanha Despejo Zero, sem a prorrogação da ADPF 828, cerca de 142.385 famílias estão ameaçadas de remoção nas zonas urbanas e rurais no Brasil, desta parcela, 97.391 são crianças e 95,1 mil são pessoas idosas.
No Rio Grande do Sul, hoje, dia 21 de junho, participaram da mobilização na capital o Movimento Nacional de Luta Pela Moradia (MNLM), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Levante Popular da Juventude, a Federação Gaúcha das Uniões de Associações de Moradores e Entidades Comunitárias (Fegamec) e a Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam).
“Hoje nessa jornada de Despejo Zero no Rio Grande do Sul os movimentos populares urbanos e rurais fizeram várias mobilizações. Uma delas foi na Caixa Econômica Federal na Praça da Alfândega, em Porto Alegre, no início da manhã e denunciamos que não existe recurso para política habitacional para pessoas de renda baixa no país e que o programa Minha Casa Verde e Amarela é uma fraude”, pontua Cristiano Schumacher, do MNLM.
De acordo com os representantes dos movimentos, a Casa Civil se comprometeu em encaminhar um pedido, em nome do governador do estado, para o STF de suspensão de todos os despejos no Rio Grande do Sul. Somente nas zonas rurais, pelo menos 30 mil famílias Sem Terra estão ameaçadas de despejo, entre elas 20 mil crianças menores de 12 anos.
E no RS não é diferente. De acordo com João Onofre, da Frente de Massa do MSTS RS, ao relatar o dilema sofrido pelas famílias Sem Terra de Cruz Alta, o poder público fala que não estão cientes da situação. “Isso é um absurdo, depois de tudo o que já foi feito. As famílias estão acampadas há mais de 10 anos, produzindo alimentos e construindo suas moradias”, destaca Onofre. No entanto, a Casa Civil, afirmou realizar um pedido de suspensão desse despejo ainda essa semana.