Porto Alegre, terça, 30 de abril de 2024
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PORTO ALEGRE: CHICO BUARQUE CHEGA EM NOVEMBRO COM SAMBA INÉDITO E AS VENDAS PARA O PÚBLICO GERAL COMEÇAM NESTA SEXTA

Detalhes Notícia
Single ‘Que tal um samba?’ dá nome à nova turnê do compositor, que terá Mônica Salmaso como convidada em toda a temporada. Foto: Leo Aversa

 

A “Que Tal Um Samba?”, turnê de Chico Buarque, chega a Porto Alegre no dia 03 de novembro com duas sessões confirmadas. Os shows acontecem nos dias 03 e 04 de novembro, no auditório Araújo Vianna, ambos às 21h. As vendas começam nesta quinta-feira (23), às 10h, online e exclusivamente para clientes Icatu e sexta-feira (24), às 10h, para o público geral em uhuu.com e na bilheteria do Teatro do Bourbon Country.

Foram antes os dedos no violão – antes mesmo da cabeça pensar, do peito sentir – que pareciam fazer uma proposta à cabeça e ao coração: ‘Que tal um samba?.

Depois de alguns anos praticamente dedicados à literatura, que resultaram no romance ‘Essa gente e no volume de contos ‘Anos de chumbo – cujo título e histórias refletem o contexto desses anos de baixo astral, pandemia, abandono e tragédia política – os dedos largaram as teclas do computador e finalmente de volta ao instrumento pareciam mesmo se rebelar e a procurar uma batida diferente, feliz, quase eufórica, uma levada ao violão como a insistir: ‘Que tal um samba?.

E aí, levada de samba nos dedos, cabeça e coração voltaram a pensar e a sentir a música e a agir. E Chico Buarque, como é bem de seu feitio, começou a recordar velhos sambas, um especialmente, sucesso de Blecaute no carnaval feliz de 1949, Que samba bom, composição de Geraldo Pereira também numa levada toda sincopada como a sua, algo eufórica, “ô, que samba bom/ô, que coisa louca/eu também tô aí/tô aí, que é que há/também tô nessa boca…”. Sambas sobre samba, o Feitio de oração de Vadico e Noel Rosa, essa tradição e esse espírito vinham junto com a levada ao violão como a propor ao compositor enferrujado: Que tal um samba?.

E aí, da levada criada exclusivamente pelos dedos se exercitando ao violão, o coração e a cabeça fizeram brotar uma melodia espontânea, fluente, a harmonia como sempre personalíssima. A letra, depois de alguns caminhos abandonados, veio aos borbotões. Um samba novo enfim, diferente de todos os outros que já fez, mas no mesmo espírito que baixa sempre quando o compositor de ‘Tem mais samba’, de ‘Apesar de você’, de ‘Vai passar’, de ‘De volta ao samba’ parece ter algo importante a notar e a dizer. Como sempre, nessas ocasiões importantes, em forma de samba.

 

“Um samba pra alegrar o dia

Pra zerar o jogo

Coração pegando fogo

E a cabeça fria

Um samba com categoria, com calma”

 

Que tal um samba?’ é o que nos propõe agora, em junho de 2022, Chico Buarque: “Para espantar o tempo feio/Para remediar o estrago”.

 

É o novo hino que Chico nos oferece, um samba que parece, como os dedos do compositor no início de tudo, buscar um tempo melhor (“Cair no mar, lavar a alma/Tomar um banho de sal grosso, que tal?”), espantar o baixo astral (“Sair do fundo do poço/Andar de boa”), procurar um samba pela cidade para se divertir (“Ver um batuque lá no Cais do Valongo/Dançar um jongo lá na Pedra do Sal/Entrar na roda da Gamboa”, diz, referindo-se aos berços e até hoje rodas de samba importantes no Rio).

 

Que tal um samba?’, este samba tão ao mesmo tempo urgente e já histórico, será lançado pela Biscoito Fino nas plataformas digitais neste dia 17 de junho. E é a grande novidade da turnê pelo Brasil que o compositor inicia em setembro, por João Pessoa e, depois de percorrer Natal, Curitiba, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Porto Alegre, Salvador e Brasília, chega ao Rio em janeiro e a São Paulo em março do ano que vem. No show, Chico terá no palco a companhia de Mônica Salmaso, a cantora dos compositores, que já gravou dois discos dedicados à sua obra (‘Noites de gala, samba na rua’, em estúdio e ao vivo) e fará números solo e duetos com ele, em todas as apresentações da turnê.

Conduzida evidentemente pela tal levada do violão de Chico, a gravação de ‘Que tal um samba?’ foi feita no estúdio da Biscoito Fino pelo conjunto que o acompanha há muitos anos, dirigido por Luiz Claudio Ramos, que toca o outro violão, João Rebouças no piano, Jorge Helder no baixo e Jurim Moreira na bateria. A cadência vibrante do samba fez necessária uma percussão, e para isso foi convidado Thiago da Serrinha. E um bandolim, do revolucionário do instrumento Hamilton de Holanda. Ambos, Thiago e Hamilton desde a introdução acompanham a caminhada literal do samba e costuram e enfeitam a gravação de contracantos e contrapontos exuberantes. Tornam-no ainda mais feliz.

Como ‘Apesar de você’ em 1970, ‘Que tal um samba?’ é em 2022 ao mesmo tempo um samba eterno, popular, mas essencialmente histórico, político. Política aí no sentido contemporâneo: vivida nas ruas, na praia, no futebol (“Fazer um gol de bicicleta/Dar de goleada”), no amor e na arte (“Deitar na cama da amada/Despertar poeta/Achar a rima que completa o estribilho”). E, sobretudo, na incorporação das causas mais abrangentes da vida das pessoas, como o antirracismo, explícito quando o samba propõe “Fazer um filho, que tal?”: “Um filho com a pele escura/Com formosura/Bem brasileiro, que tal?/Não com dinheiro/Mas a cultura/Que tal uma beleza pura”, em versos que citam a canção ‘Beleza pura’, de Caetano Veloso.

Tanto em 70, como agora, os sambas adotam uma posição evidente contra os governos de turno, e já celebram antecipadamente o seu fim (“Depois de tanta mutreta/Depois de tanta cascata/Depois de tanta derrota/Depois de tanta demência/E uma dor filha da puta, que tal?/Puxar um samba”).

É nessa postura desabridamente política que está, a meu ver, outro fascinante segredo da gênese de ‘Que tal um samba?’ e de seu encanto e importância. Sim, ele foi feito, como vimos, com os dedos, a cabeça e o coração, mas também com o inconsciente, esse “ambiente” tão importante para criação. Ele nem notou, enquanto compunha ou gravava, a identidade de seu samba novo com ‘Eu quero um samba’, música consagrada pela gravação de João Gilberto que Chico escolheu para cantar quando, depois de quase 15 anos sem fazer show, voltou a se apresentar ao vivo em 1988. Além da levada parecida no próprio violão de Chico, ‘Que tal um samba?’ e ‘Eu quero um samba’ são versos em cinco sílabas, redondilhas menores, e sugerem a mesma coisa, o samba para superar o tempo ruim.

Aí entram talvez os caprichos do inconsciente e das coincidências: a dupla Janet de Almeida e Haroldo Barbosa também lançou seu samba num mês de junho, só que de 1945. Não, como no caso de Chico, em forma de delicada proposta, ‘Que tal um samba?’, mas de desejo afirmativo, ‘Eu quero um samba’: “Porque no samba eu sei que vou/Me acabar, me virar, me espalhar/A noite inteira até o sol raiar”.

É que em junho de 45, eufóricos enfim com a derrota do nazifascismo depois de seis anos de guerra na Europa, e com a participação do Brasil, Janet, Haroldo e todo o samba brasileiro queriam e tinham mais é que já comemorar: “Vai melancolia/Eu quero alegria dentro do meu coração”, cantaria a plenos pulmões o grupo vocal Os Namorados da Lua, como a festejar a vitória do samba brasileiro sobre o fascismo e já vislumbrando a democracia brasileira que também seria estabelecida no ano seguinte.

Vivemos tempos ainda incertos, duros, pesados, e se Chico é mais cauteloso na proposta – ‘Que tal um samba?’ – já é ousadamente eufórico no samba que compôs para os dias que correm e os que virão. Que serão ainda de luta, afinal: “De novo com a coluna ereta, que tal?/Juntar os cacos, ir à luta/Manter o rumo e a cadência/Esconjurar a ignorância, que tal/Desmantelar a força bruta”.

Ignorância e força bruta, talvez uma definição de fascismo, certamente do espírito que se apossou do Brasil nos últimos anos, e que agora o samba brasileiro vem esconjurar, desmantelar. Cantando e feliz, no streaming, no teatro, na rua, até o pesadelo acabar.

Hugo Sukman, junho de 2022

 

FICHA TÉCNICA / SINGLE

 

QUE TAL UM SAMBA?

(Chico Buarque)

 

Um samba

Que tal um samba?

Puxar um samba, que tal?

Para espantar o tempo feio

Para remediar o estrago

Que tal um trago?

Um desafogo, um devaneio

 

Um samba pra alegrar o dia

Pra zerar o jogo

Coração pegando fogo

E cabeça fria

Um samba com categoria, com calma

 

Cair no mar, lavar a alma

Tomar um banho de sal grosso, que tal?

Sair do fundo do poço

Andar de boa

Ver um batuque lá no cais do Valongo

Dançar o jongo lá na Pedra do Sal

Entrar na roda da Gamboa

 

Fazer um gol de bicicleta

Dar de goleada

Deitar na cama da amada

Despertar poeta

Achar a rima que completa o estribilho

 

Fazer um filho, que tal?

Pra ver crescer, criar um filho

Num bom lugar, numa cidade legal

Um filho com a pele escura

Com formosura

Bem brasileiro, que tal?

Não com dinheiro

Mas a cultura

 

Que tal uma beleza pura

No fim da borrasca?

Já depois de criar casca

E perder a ternura

Depois de muita bola fora da meta

 

De novo com a coluna ereta, que tal?

Juntar os cacos, ir à luta

Manter o rumo e a cadência

Esconjurar a ignorância, que tal?

 

Desmantelar a força bruta

Então que tal puxar um samba

Puxar um samba legal

Puxar um samba porreta

Depois de tanta mutreta

Depois de tanta cascata

Depois de tanta derrota

Depois de tanta demência

E uma dor filha da puta, que tal?

Puxar um samba

Que tal um samba?

Um samba

 

Participação especial / Feat Hamilton de Holanda

Voz e violão: Chico Buarque

Bandolim – Hamilton de Holanda

Violão: Luiz Claudio Ramos

Piano – João Rebouças

Baixo – Jorge Helder

Bateria e percussão: Jurim Moreira

Percussão – Thiago da Serrinha

Gravado e mixado no estúdio Biscoito Fino por Lucas Ariel

Masterizado no estúdio Batmasterson por Luiz Tornaghi

Produção musical: Luiz Claudio Ramos

 

FICHA TÉCNICA / SHOW

 

Turnê ‘Que tal um samba?’ – Chico Buarque

Artista Convidada: Mônica Salmaso

Cenário: Daniela Thomas

Iluminação: Maneco Quinderé

Figurinos: Cao Albuquerque

Arranjos, guitarra e violão: Luiz Claudio Ramos

Piano: João Rebouças

Baixo acústico e elétrico: Jorge Helder

Bateria: Jurim Moreira

Percussão: Chico Batera

Teclados e vocais: Bia Paes Leme

Sopros: Marcelo Bernardes

PATROCÍNIO: ICATU 

 

ROTEIRO DA TURNÊ 2022/2023

 

 

 

 

PORTO ALEGRE – Auditório Araújo Vianna

Dias 03 e 04 de novembro

 

 

JOÃO PESSOA – Teatro Pedra do Reino

Dias 06 e 07 de setembro

 

NATAL – Teatro Riachuelo

Dias 09 e 10 de setembro

 

CURITIBA – Teatro Guaíra

Dias 23 e 24 de setembro

 

BELO HORIZONTE – Palácio das Artes

Dias 05, 06, 07 e 08 de outubro

 

FORTALEZA – Centro de Eventos do Ceará

Dias 22 e 23 de outubro

 

SALVADOR – Concha Acústica

Dias 11, 12 e 13 de novembro

 

BRASÍLIA – local a ser anunciado

Dias 29 e 30 de novembro

RECIFE – Teatro Guararapes

Dias 08, 09 e 10 de dezembro

 

RIO DE JANEIRO – Vivo Rio

De 05 a 15 de janeiro (quinta a domingo)

 

SÃO PAULO – Tokio Marine Hall

De 02 a 12 de março; de 23 de março a 02 de abril (quinta a domingo)

 

SERVIÇO – VENDA DE INGRESSOS PARA O SHOW

 

PORTO ALEGRE

 

Local: AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA – Parque Farroupilha, 685 – Farroupilha, Porto Alegre – RS, 90035-191

ESTREIA: 03 de novembro (quinta-feira)

Temporada: 03 e 04 de novembro (quinta e sexta)

Horário: 21h (abertura dos portões 2h antes do início do evento)

Abertura das vendas geral: 24 de junho (terça-feira), às 10h

 

PREÇOS

Plateia Alta Lateral (Lote 1): R$ 260,00 (inteira) / R$ 130,00 (meia)

Plateia Baixa Lateral (Lote 1): R$ 360,00 (inteira) / R$ 180,00 (meia)

Plateia Alta Central (Lote 1): R$ 440,00 (inteira) / R$ 220,00 (meia)

Plateia Baixa Central (Lote 1): R$ 540,00 (inteira) / R$ 270,00 (meia)

Plateia Premium: R$ 660,00 (inteira) / R$ 330,00 (meia)

Ingressos em www.uhuu.com

Ponto de venda: Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 80 – 71 – Jardim Europa, Porto Alegre – RS, 91340-110). Segunda a sábado das 13 às 21h, domingos e feriados das 14 às 20h

 

DESCONTOS:

  • 50% Estudante: Lei Federal 12.933/13, Decreto Federal 8.537/15 e Medida Cautelar Provisória concedida pelo STF em 29/12/2015 – obrigatória apresentação de Carteira de Identificação Estudantil (CIE).

 

  • 50% Idoso: Lei Federal 10.741/2003 – obrigatória apresentação de identidade ou documento oficial com foto que comprove a sua condição.

 

  • 50% Jovens Pertencentes à famílias de baixa renda: Lei Federal 12.933/13 e Decreto Federal 8.537/15 – obrigatória apresentação da Carteira de Identidade Jovem que será emitida pela Secretaria Nacional de Juventude a partir de 31 de março de 2016, acompanhada de documento de identidade oficial com foto.

 

  • 50% Pessoas com deficiência: (e acompanhante quando necessário): Lei Federal 12.933/13 e Decreto Federal 8.537/15 – obrigatória apresentação do Cartão de Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social da Pessoa com Deficiência ou de documento emitido pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS que ateste a aposentadoria de acordo com os critérios estabelecidos na Lei Complementar no 142, de 8 de maio de 2013. No momento de apresentação, esses documentos deverão estar acompanhados de documento de identidade oficial com foto

 

  • 50% Jovens com até 15 ANOS: Lei Estadual n° 14.612/14 – obrigatória apresentação do documento de identidade oficial com foto.

 

  • 50% Doadores regulares de sangue*: Lei Estadual n° 13.891/12 – obrigatória apresentação de documento oficial válido, expedido pelos hemocentros e bancos de sangue. *São considerados doadores regulares de sangue a mulher que se submete à coleta pelo menos duas vezes ao ano, e o homem que se submete à coleta três vezes ao ano.

 

  • 50% Aposentados ou pensionistas do INSS: Lei Municipal n° 7.366/93 – Documento fornecido pela Federação dos Aposentados e Pensionistas do RS ou outros Associações de Classe devidamente registradas ou filiadas.

 

  • 50% PNE (Portadores de Necessidades Especiais) em conformidade com a Lei Municipal nº 11.519, de 18/12/2013.
  • 30%  Sócios Clube Opus Black. Limitado para os 50 primeiros sócios (por sessão). Limitado a 01 ingresso por sócio. Válido para compras na Uhuu e na bilheteria através do CPF. Maiores informações https://clubeopus.com/.