Porto Alegre, sexta, 03 de maio de 2024
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Opinião: David Miranda é alvo de mentiras e homofobia de petistas após apoiar Ciro, por Glenn Greenwald

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Ala mais radical do PT que agora ataca só tinha elogios a meu marido e a mim na época da Vaza Jato. O jornalista americano Glenn Greenwald e o deputado federal David Miranda (PDT-SP) em jantar em São Paulo - Ronny Santos - 6.mar.22/Folhapress

 

 

Em 2018, entrevistei Marina Silva como parte de uma série que conduzi com os presidenciáveis. Ainda que eu já tenha entrevistado inúmeros líderes no mundo todo, estava bastante empolgado para sentar e conversar com ela.

Apesar de algumas diferenças políticas, sempre vi Marina como uma das figuras mais extraordinárias e inspiradoras da política mundial. Como é que alguém poderia vê-la de outra forma?

Tendo enfrentado uma vasta gama de privações e dificuldades na infância, Marina, através da determinação e força de vontade, passou de adolescente analfabeta à acadêmica respeitada, ambientalista sofisticada e uma liderança política de projeção nacional cuja vida pública serve de exemplo de honestidade, dignidade e integridade.

Eu comecei a entrevista perguntando a respeito de um dos momentos marcantes da campanha de 2018: uma discussão dramática com o então candidato Jair Bolsonaro sobre a retórica “politicamente violenta” que ele utilizou no debate presidencial que acabara de ocorrer.

Em sua resposta, Marina afirmou ver a candidatura de Bolsonaro como perigosa, mas logo virou a chave e atribuiu culpa ao PT por inaugurar o que chamou de “uma visão política que valoriza mais a cultura do ódio e polarização do que o debate.”

Marina insistiu que o “gabinete de ódio” não surgiu com o Bolsonarismo, mas sim com o PT. Ela lembrou as eleições de 2014, quando o PT, assustado com seu crescimento rápido nas pesquisas, tentou destruir sua candidatura não através de críticas à sua visão política ou a seus projetos, mas por meio de “um processo violento” alimentado por “mentiras e ódios”, visando destruir o que ela, e qualquer pessoa, possui de mais sacrossanto: sua trajetória, sua história, sua biografia.

Ainda que eu compreendesse racionalmente seu argumento —vi em 2014 alguns dos ataques e mentiras preconceituosas contra ela—, havia parte de mim que estranhava o fato de Marina seguir insistindo nessa história tanto tempo depois

Hoje, entendo perfeitamente o sentimento dela. Nos últimos meses, vi esse mesmo setor do PT, a sua ala mais fanática e odienta, usar essas mesmas táticas de destruição pessoal para espalhar mentiras e tropos bem preconceituosos sobre meu marido, o deputado federal David Miranda (PDT-RJ), sobre nosso casamento e nossa família.

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