Ex-ministro da Justiça e coordenador do grupo de juristas que auxiliou a CPI da Covid, Miguel Reale Júnior reúne em livro seus artigos publicados no ‘Estadão’ desde 2018
Quando ocupou o cargo de ministro da Justiça no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, em 2002, o jurista Miguel Reale Júnior assistiu dentro do governo a campanha vitoriosa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que venceu José Serra (PSDB) na disputa presidencial daquele ano.
Vinte anos depois, o agora ex-tucano (Reale deixou o PSDB em 2017) continua sendo crítico ao PT e apoia a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) ao Palácio do Planalto, mas, desde 2018, passou a concentrar sua militância em mapear e esmiuçar de forma técnica e contundente as ações do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O jurista Miguel Reale Júnior, autor de Bolsonárias, foi signatário de pedidos de impeachment contra Bolsonaro e Dilma Rousseff; requerimento apresentado em 2015 levou ao impedimento da petista.
Essa é a linha que conduz o livro Bolsonárias, uma coletânea dos 46 artigos que o jurista publicou no Estadão entre maio de 2018 e maio de 2022 e que será lançada nesta quinta-feira, 30. “Foi o PT que elegeu Bolsonaro. Agora é possível que Bolsonaro eleja o PT” , disse o ex-ministro.
Após revelar que votou nulo no segundo turno presidencial em 2018, Reale Júnior prefere não especular sobre um eventual segundo turno novamente polarizado: “Não sei ainda em quem votaria se a Simone não for para o segundo turno. Hoje sou Simone. No Lula pode ser, mas no Bolsonaro não”.
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