Porto Alegre, domingo, 24 de novembro de 2024
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Pesquisa aponta que o dobro dos brasileiros se diz mais de direita que esquerda. Veja os números, por Flávio Tabak/O Globo

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'A cara da democracia' revela que opiniões majoritariamente conservadoras ou 'linha-dura' convivem na população com visões de mundo mais vinculadas aos direitos humanos ou à diversidade. Pesquisa aponta que o dobro dos brasileiros se diz mais de direita que esquerda. Veja os números Pesquisa "A cara da democracia" mapeia a cabeça do eleitor brasileiro André Mello/Arte/O Globo

 

 

Logo após a eleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2018, convencionou-se dizer que uma onda conservadora havia varrido o Brasil. Três anos e meio depois, a pesquisa de opinião pública anual “A cara da democracia” revela duas pistas da cabeça do eleitorado: opiniões majoritariamente de direita, conservadoras ou “linha-dura” — cada vez menos envergonhadas — convivem, pontualmente, com visões de mundo mais vinculadas à esquerda, aos direitos humanos ou à diversidade. E mostra ainda o alcance na sociedade brasileira de um conjunto de pautas “conspiratórias” que emergiram do submundo digital na última década.

Conforme mostram os dados, a respeito de temas polêmicos os dois grupos se dividem em respostas mais à direita e à esquerda, e os segmentos sociais ajudam a entender esses movimentos. Na autodeclaração dos entrevistados a partir de grupos em uma escala de 1 a 10, a direita hoje representa praticamente o dobro da esquerda (30% a 16%), e os temas polêmicos refletem essa divisão.

Para pesquisadores responsáveis pelo levantamento, ligados às universidades UFMG, Unicamp, UnB e Uerj, as hipóteses por trás dessa convivência entre opiniões extremadas de um lado e em transição do outro ainda precisam ser investigadas, mas sinais já vêm sendo seguidos.

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