Porto Alegre, terça, 26 de novembro de 2024
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Pesquisa da FIERGS aponta crescimento do emprego por dois anos consecutivos na indústria gaúcha. IDI-RS caiu em maio, mas está em nível acima de fevereiro de 2020, antes da pandemia

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Foto: Marco Issa / Divulgação

 

 O Índice de Desempenho Industrial gaúcho (IDI-RS), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), nessa quarta-feira (6), caiu 2,3% em maio em relação a abril, após aumentos consecutivos nos dois meses anteriores que chegaram a 1,7%. Nos últimos seis meses, o índice de atividade alternou altas em janeiro, março e abril, e baixas em dezembro, fevereiro e maio, resultando em um quadro de estabilidade. Mesmo com a queda, o IDI-RS esteve, em maio, 8,1% acima do nível anterior ao da pandemia, em fevereiro de 2020. Um dos destaques positivos na pesquisa foi o emprego, que ao subir 0,8% completou dois anos ininterruptos de crescimento, com 16,6% no acumulado, e chegou ao patamar mais alto desde março de 2015.

A decomposição do IDI-RS revelou que o desempenho negativo, em maio, foi determinado pela forte contração das compras industriais (-8,3%) e das horas trabalhadas na produção (-0,4%). Em sentido contrário, além do emprego, também avançaram o faturamento real (1,8%) e a massa salarial real (2,2%) enquanto a utilização da capacidade instalada (UCI) ficou estável em 81,6%.

Nas comparações anuais, a melhora é bem visível em relação a 2021. Relativamente a maio do ano passado, a atividade industrial gaúcha teve crescimento de 6,1%. Foi a 21ª elevação consecutiva e a mais expressiva do ano, devido em parte à base de comparação muito baixa, pois maio de 2021 foi o mês mais fraco do ano para a atividade industrial. Não bastasse isso, ainda teve um dia útil a menos em meio à segunda onda da Covid-19 e aos gargalos na cadeia de suprimentos.

Desta forma, o IDI-RS passou a acumular subida de 4,4% nos primeiros cinco meses de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado, com cinco de seus seis componentes em alta: horas trabalhadas na produção (8,3%), massa salarial real (6,3%), emprego (6,2%), compras Industriais (5,7%) e faturamento real (2,8%). Apenas a UCI, com grau médio de 81,3% em 2022, registrou queda, de 0,6%.

Ainda na comparação com os cinco primeiros meses de 2021, a expansão da atividade foi pouco disseminada, em somente metade dos 16 setores pesquisados, sendo impulsionada por Máquinas e equipamentos (11,6%), Veículos automotores (13,3%) e Couros e calçados (9,4%). As principais influências negativas partiram dos setores de Produtos de metal (-3,3%), Móveis (-6,6%), Alimentos (-0,9%) e Metalurgia (-8,7%).

TENDÊNCIA – Segundo aponta a pesquisa da FIERGS, o quadro geral dos indicadores industriais do Rio Grande do Sul mostrou, em maio, que os gargalos nas cadeias de suprimentos e os custos crescentes, juntamente com o aumento dos juros e da inflação, continuam limitando e determinando a estabilidade e a trajetória errática do setor. Mas, como fatores positivos, destacam-se os bons resultados das exportações e do agronegócio, cenário que não deve se alterar substancialmente nos próximos meses. A atividade, porém, deve sentir com mais ênfase os efeitos dos juros altos e da maior incerteza com a proximidade das eleições. A tendência para a atividade industrial gaúcha aponta para a continuidade do ritmo modesto e irregular.

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