Porto Alegre, sábado, 23 de novembro de 2024
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Governo francês tem pouca margem de manobra para segurar escalada da inflação; RFI

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Os preços de frutas e legumes aumentam semanalmente com a escalada da inflação na França. © ERIC GAILLARD/REUTERS

 

 

A inflação acelerou em junho na França e chegou a 6,5% nos últimos 12 meses, de acordo com um índice utilizado para comparar os países europeus (IPCH). A alta de preços é puxada pelos alimentos e a energia, como acontece no Brasil. A diferença é que os franceses não viviam um aumento semelhante há 37 anos, desde 1985, e o governo tem pouca margem de manobra para compensar a perda de poder aquisitivo por causa da deterioração das contas públicas.

A França é um rico país endividado, à altura de quase 111,9% do PIB, segundo a projeção da dívida pública para 2022. Com a recente alta dos juros, pagar o serviço da dívida custa cada vez mais caro para o Estado.

Esta semana, os presidentes de duas grandes instituições francesas, o Tribunal de Contas e o Banco da França, alertaram o governo de que não dava mais para deixar aberta a torneira dos gastos públicos, como aconteceu durante a pandemia de Covid-19. As duas entidades, zelosas em relação ao futuro dos franceses e da próxima geração, disseram que controlar os gastos é uma necessidade, inclusive para não colocar em risco a soberania do país.

Na quinta-feira (7), a primeira-ministra Élisabeth Borne apresentou um pacote de € 20 bilhões, que ainda precisa ser votado no Parlamento, destinado a proteger a população mais pobre da escalada da inflação. O plano contempla um reajuste de 4% nas pensões de aposentadoria, aumento de 3,5% para o funcionalismo e uma revalorização de 4% em uma série de benefícios sociais. Nove milhões de famílias de renda modesta vão receber um cheque de € 100, uma única vez em setembro, para compensar a alta de preços dos alimentos, e € 50 por criança da casa.

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