No livro “História econômica do mate”, publicação de 1969 e há tempo esgotada nas livrarias, o escritor e pesquisador Temístocles Linhares escreveu que “(a produção gaúcha do mate), com o aumento da população regional, passou a ser totalmente absorvida por ela, como ocorre hoje, não dispondo o estado de produção suficiente para se auto abastecer”.
Na sequência, amplia Linhares que “suprem assim as faltas os estados de Paraná e Santa Catarina, não só com o mate em rama, para ser moído nos soques locais, como também com o mate beneficiado”. Mais de cinquenta anos depois, a constatação do autor paranaense continua correta. O Rio Grande do Sul ainda é um estado que, apesar da enorme produção, consome mais chimarrão do que prepara a erva em suas empresas e indústrias.
Ilvandro Barreto, engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, explicou à reportagem algumas das semelhanças e diferenças entre os modelos produtivos hoje vigentes no sul do país: “no Rio Grande do Sul, a produção é menor que o consumo; Santa Catarina e Paraná possuem produção bem superior ao seu consumo. Os sistemas produtivos, em todos os estados, passaram pelo extrativismo, tanto da erva-mate nativa no interior de florestas como na região dos campos. Hoje, com a evolução tecnológica, há áreas cobertas por florestas em que a erva-mate se insere (casos de Santa Catarina e Paraná) e áreas de cultivos abertos, de áreas implantadas, que é basicamente o que ocorre no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul. São diferenças significativas”.
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