Porto Alegre, sexta, 17 de maio de 2024
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Hortas urbanas no combate à crise dos alimentos, por Patrícia Feiten/Correio do Povo

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O impacto econômico decorrente da pandemia de Covid-19, que elevou de forma drástica os preços da alimentação, tem estimulado a ocupação de espaços nas cidades para pequenos cultivos e geração de renda | Foto: Neide Vaz / Arquivo Pessoal

 

 

De um lado, os reflexos da pandemia de Covid-19 na oferta de alimentos e na economia como um todo. De outro, o retorno amargo da inflação, que deixou itens como alface, repolho, tomate, batata-inglesa e cenoura de 34% a 83% mais caros nos últimos 12 meses. Essa combinação transformou o preço da alimentação em queixa recorrente dos brasileiros e deu visibilidade às práticas de agricultura urbana, vistas como uma saída para garantir o acesso a produtos agrícolas básicos do dia a dia. Aplicado aos mais variados ambientes, de cantos de apartamentos a espaços públicos ociosos, o conceito ganha força no Estado principalmente com a criação de hortas comunitárias.

Além de segurança alimentar, o cultivo na cidade proporciona educação ambiental e oportunidades de geração de renda, observa a professora Tatiana Silva Duarte, do Programa de Pós-graduação em Fitotecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Coordenadora de um programa de extensão universitária de horticultura urbana, ela diz perceber um interesse maior dos estudantes de agronomia pelo tema. “É algo crescente que veio num momento de crise e insegurança alimentar, e enxergar esse movimento é interessante, porque não há um estímulo por parte do governo para isso”, afirma.

Entre outras iniciativas, o programa da universidade gaúcha deu suporte técnico à Horta Comunitária da Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, e a uma horta implantada na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charquedas, onde introduziu a técnica de aquaponia – cultivo de plantas sem uso de solo associado à piscicultura. A meta, segundo Tatiana, é ampliar o atendimento a escolas e a unidades de saúde. “Também desenvolvemos protótipos de produção, sistemas simples para aquele agricultor de sacada, que não tem terra ou um pátio, mas tem um local que recebe no mínimo seis horas (diárias) de luz”, complementa a professora.

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