Porto Alegre, quinta, 02 de maio de 2024
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Ação do governo contra inflação onera pobres, dizem economistas, por Eduardo Laguna/O Estado de São Paulo

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Avaliação é de que os preços regidos pelas forças do mercado devem mostrar inflação mais persistente e próxima do patamar dos dois dígitos. Mulher faz compra em supermercado de Brasília; ação do governo contra inflação onera pobres, dizem economistas Foto: Dida Sampaio/ Estadão - 10/9/2021

 

 

Ao combinar redução de impostos com expansão de gastos sociais, a resposta do governo contra os efeitos da escalada inflacionária no bolso dos brasileiros produz distorções na dinâmica de preços com consequências socioeconômicas e monetárias. Os economistas estão prevendo um quadro no qual as famílias mais pobres convivem com preços altos por mais tempo, os juros demoram em voltar a cair e, no fim, a inflação termina o ano que vem ainda mais alta do que se previa antes das medidas.

Embora a desoneração dos combustíveis seja eficiente em derrubar abruptamente o índice oficial de preços, a ponto de a deflação – ou seja, redução de preços – ser consenso no mercado ao IPCA deste mês, o pacote do governo gera pressão inflacionária nos demais produtos, seja por aumentar a renda disponível ou deslocar gastos, seja por elevar a percepção de risco fiscal, pressionando, assim, tanto o câmbio quanto as expectativas de inflação.

Como consequência, enquanto os preços administrados – aqueles regulados pelo setor público, como combustíveis e energia elétrica – caminham para fechar o ano perto do zero, sendo que a deflação é uma possibilidade considerada, os preços livres, aqueles regidos pelas forças do mercado, incluindo alimentação, que tem maior peso no orçamento das famílias de baixa renda, devem mostrar inflação mais persistente e próxima do patamar dos dois dígitos.

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