Porto Alegre, domingo, 05 de maio de 2024
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Inseminação caseira para engravidar: Doador de sêmen diz ter mais de 100 ‘filhos’; entidade vê risco, por Júlia Marques/O Estado de São Paulo

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Homens com altas taxas de fecundação são mais requisitados em grupos nas redes sociais; para associação, situação cria risco de consanguinidade. O corretor de imóveis Alfredo (nome fictício) afirma ter começado a doar sêmen em 2017. Foto: Taba Benedicto/Estadão

 

 

Na linguagem própria da inseminação caseira para engravidar, modalidade não prevista pela lei que tem crescido no Brasil, os doadores de sêmen não têm filhos, mas “positivos”. A interpretação é de que não há vínculo entre as crianças geradas pelo esperma doado e os homens que emprestaram seus gametas. O corretor de imóveis Alfredo (nome fictício), de 49 anos, afirma que perdeu as contas de quantos “positivos” acumula depois que o número ultrapassou os três dígitos. Médicos apontam riscos de transmissão de doenças.

Já são mais de cem bebês gerados pelos espermatozoides que ele doou, nas contas do próprio Alfredo, já que não há registro formal ou balanço sobre essas doações. As crianças estão em vários Estados do País – há mulheres que viajam para receber o esperma –, mas a maioria foi gerada em São Paulo, onde ele mora. Em um grupo no Facebook, mulheres que engravidaram com o sêmen doado por Alfredo trocam fotos das crianças. “Elas são parecidas”, diz o corretor.

A inseminação caseira é uma forma de engravidar sem sexo ou ajuda de médicos. O casal busca um doador de sêmen, que faz a coleta do esperma. O material genético é então colocado em uma seringa e injetado no corpo pela mulher que deseja engravidar.

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