Porto Alegre, sexta, 26 de abril de 2024
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Etanol para suprir 23% da demanda gaúcha, por Patrícia Feiten/Correio do Povo

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Usina de biocombustível anunciada em junho pela BSBios tem obras de construção em Passo Fundo projetadas para iniciar no primeiro trimestre de 2023 e produção inicial de 111 milhões de litros por ano a partir de 2024. A planta completa da unidade de processamento industrial deve funcionar com plena capacidade a partir de 2027, utilizando grãos produzidos nas plantações de inverno do Rio Grande do Sul | Foto: BSBIOS / Divulgação / CP

 

 

A busca de energias renováveis e a preocupação com os efeitos devastadores do aquecimento global transformaram os biocombustíveis em protagonistas da chamada economia de baixo carbono, baseada em tecnologias limpas. Menos poluente que os derivados de petróleo, o etanol obtido a partir de matéria vegetal é um dos pilares dessa transição rumo a processos sustentáveis que vem redesenhando a paisagem em regiões produtoras de grãos no país, como Mato Grosso e Goiás. Se, nesses estados, as usinas de etanol produzido a partir de milho mudaram a rotina das propriedades rurais, no Rio Grande do Sul, são os cereais de inverno que prometem inserir o agrocombustível nas estratégias de negócios de pequenos, médios e grandes agricultores.

Entre os empreendimentos que devem inaugurar essa nova era dos biocombustíveis no Estado, a BSBios, controlada pelo ECB Group, planeja iniciar no primeiro trimestre de 2023 as obras de uma usina de etanol de trigo em Passo Fundo. Com um investimento total de R$ 556 milhões, o projeto será dividido em duas etapas. A largada das operações está prevista para 2024, com o processamento de 750 toneladas de cereais por dia e produção anual de 111 milhões de litros do biocombustível. Na segunda fase, em 2027, a planta receberá 1,5 mil toneladas diárias de matéria-prima e a capacidade instalada chegará a 220 milhões de litros de etanol por ano. A atividade industrial também irá gerar 155 milhões de toneladas por ano de farelo destinado à produção de rações animais.

Segundo o presidente da BSBios, Erasmo Carlos Battistella, a planta poderá produzir etanol anidro (que é adicionado à gasolina) ou hidratado (o produto comum vendido nos postos). O empresário explica que, após assinar um protocolo de intenções com o governo gaúcho e a Prefeitura de Passo Fundo, em junho, a empresa está concluindo os estudos necessários, os projetos de engenharia e a estrutura de financiamento para iniciar as atividades na safra de trigo de 2024. Com o negócio, o ECB Group projeta uma receita de R$ 1,3 bilhão por ano e espera gerar 143 empregos diretos. “A produção vai fomentar toda uma cadeia de produtores, armazenadores e distribuidores. Será uma oportunidade viável de renda para o agricultor com a cultura de cereais de inverno”, afirma Battistella.

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