Porto Alegre, terça, 07 de maio de 2024
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Onda de assassinatos em Porto Alegre é chefiada por facções que quebraram aliança e planejam crimes dentro de presídios, por Pâmela Dias/O Globo

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Para o sociólogo Rodrigo Ghiringhelli, esse tipo de atuação tem voltado a crescer no estado devido à falta de estrutura física e estratégica das penitenciárias; dívidas motivaram homicídios. Local onde ocorreu a troca de tiros em Porto Alegre Reprodução/TV Globo

 

 

A onda de execuções comandada esta semana por duas facções criminosas rivais de Porto Alegre é fruto de um acerto de contas iniciado em março por território e venda de entorpecentes na região. Os ataques são organizados, de acordo com as investigações iniciais da polícia, dentro de presídios estaduais. Para o sociólogo Rodrigo Ghiringhelli, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública no Rio Grande do Sul, esse tipo de atuação tem voltado a crescer no estado devido à falta de estrutura física e estratégica das penitenciárias.

— O Rio Grande do Sul teve um pico de assassinatos por guerras de facções em 2017. A instabilidade voltou a crescer agora porque os grupos são muito fragmentados e atuam em locais e com mercadorias específicas. A partir do momento em que acordos são quebrados, há essa rebelião, que parte de líderes que estão fora de presídios de segurança máxima, com acesso a celulares e controle da situação dentro e fora das celas, devido à uma defasagem na segurança pública — explica o especialista.

As facções — agora rivais — eram aliadas na Grande Porto Alegre no comércio de entorpecentes. O grupo que quer um acerto de contas nasceu como uma quadrilha de traficantes na Vila 27, no bairro Santa Tereza, dentro do complexo de vilas conhecido como Grande Cruzeiro, na Zona Sul de Porto Alegre. Eles enfrentam a maior facção criminosa do Rio Grande do Sul. Não há indícios de que nenhuma tenha alianças com organizações criminosas de São Paulo ou Rio de Janeiro, por exemplo.

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