Porto Alegre, terça, 07 de maio de 2024
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Alto-Comando do Exército diz que quem ganhar leva a Presidência e se afasta de auditoria de votos, por Felipe Frazão/O Estado de São Paulo

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Auditoria não deve entrar na seara de atestar ou reprovar eleições; ao fim do pleito, ainda no domingo, oficiais devem emitir documento com achados da fiscalização assinado pelo ministro da Defesa. Retrato oficial da 344ª Reunião do Alto-Comando do Exército, realizada em cinco encontros ao longo da primeira semana de agosto, no Quartel-General do Exército, em Brasília. Foto: Divulgação/CCE

 

 

Em reunião no Quartel-General, o Alto-Comando do Exército selou posição de respaldar o resultado das eleições presidenciais. O colegiado mais influente das Forças Armadas, formando por 16 oficiais-generais e pelo comandante-geral do Exército, indicou que a caserna vai seguir o rito de reconhecer o anúncio do vencedor pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Quem ganhar leva”, enfatizaram militares. A mensagem começou a ser disseminada na tropa logo depois do encontro, realizado ao longo da primeira semana de agosto.

A última RACE (Reunião do Alto-Comando do Exército) terminou oficialmente com uma nota lacônica. Foram cinco encontros, realizados entre os dias 1 e 5 de agosto. Como de praxe, o comunicado informava apenas que foram discutidos assuntos “de interesse da Força”. O Estadão apurou que, ao passo que a posição dos generais de respeitar o resultado das urnas se espalhava pelos quartéis do País, os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica começaram a evitar exposição política e a dar sinais de distanciamento da inédita auditoria das eleições. O processo vai checar parcialmente a soma dos votos no domingo e monitorar testes de funcionamento das urnas eletrônicas. A fiscalização foi um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na prática, a posição do Alto Comando do Exército pode reduzir o impacto da auditoria das urnas de votação. Fontes militares com conhecimento do assunto disseram à reportagem que o documento com o resultado dessa auditoria não vai adentrar na seara de atestar ou reprovar a confiança das eleições. O texto deve se restringir a reportar o trabalho de fiscalização nas suas duas últimas fases: os testes de integridade das urnas e a checagem amostral do somatório por meio de boletins de votação. Um general enfatizou que o trabalho será “técnico”.

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