O enxugamento de cerca de 100 mil hectares na área a ser cultivada com arroz no Rio Grande do Sul nesta safra, assim como a sinalização de uma tendência de redução progressiva de espaço à cultura, preocupa não apenas os produtores gaúchos, mas também o governo federal. O tema foi abordado por representantes da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) em encontro com o ministro da Agricultura, Marcos Montes, nesta semana, em Brasília.
Responsável por 70% da produção nacional, o Rio Grande do Sul vem encolhendo o tamanho das lavouras em detrimento de culturas que oferecem mais rentabilidade, especialmente a soja e o milho. Conforme o presidente da Federarroz, Alexandre Velho, os custos com a lavoura subiram cerca de 60% em dois anos, sobrecarregando os produtores e encolhendo drasticamente a margem de lucro.
“Os fertilizantes dobraram de preço, e os combustíveis, triplicaram. É preciso adotar medidas estruturais capazes de devolver a atratividade e a competitividade do arroz produzido no Rio Grande do Sul, sob pena de ficarmos dependentes de grãos importados dos Estados Unidos”, advertiu o dirigente.
Alexandre Velho disse que o governo manifestou apreensão quanto ao movimento de redução de área plantada, mas não escondeu que, se as dificuldades do setor não forem contornadas, esse será um caminho natural.
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