Porto Alegre, quinta, 28 de novembro de 2024
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Decretos federais livram colecionador preso com 26 fuzis e 11 mil balas de processos por porte de armamento, por Rafael Soares/O Globo

Detalhes Notícia
Rebollal usava da prerrogativa de CAC para comprar munição legalmente e, depois, repassá-la para traficantes. Os fuzis apreendidos na casa do CAC e exibidos em coletiva da Polícia Civil (acima) em janeiro Foto: Domingos Peixoto

 

 

Dez meses depois de ser preso acusado de fornecer munição para a maior facção do tráfico do Rio, o colecionador de armas Vitor Furtado Rebollal Lopez já está novamente nas ruas. Em agosto passado, Rebollal foi condenado a apenas três anos de prisão e, duas semanas depois, teve a prisão revogada pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, que considerou a pena baixa para mantê-lo atrás das grades. A soltura, entretanto, tem relação direta com a política armamentista do governo federal: ao longo da investigação e do processo, Rebollal foi beneficiado pelos decretos do presidente Jair Bolsonaro que aumentaram o limite de armas e munição para caçadores, atiradores e colecionadores — os CACs — e, assim, ele conseguiu se livrar de acusações que poderiam aumentar sua pena em pelo menos 12 anos.

A investigação que culminou na prisão de Rebollal teve como base escutas feitas com autorização da Justiça que revelaram que o colecionador usava da prerrogativa de CAC para comprar munição legalmente e, depois, repassá-la para traficantes. As ligações interceptadas mostraram que ele contava com o auxílio de sua namorada e de seu cunhado, para vender os cartuchos. Em janeiro passado, a Justiça decretou a prisão do trio e expediu um mandado de busca para a casa de Rebollal.

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