Porto Alegre, sábado, 18 de maio de 2024
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A dor e a delícia de ser jovem na China, por Marcelo Ninio/O Globo

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Avanços econômicos são reconhecidos pelas novas gerações, mas alto desemprego entre os mais novos e incertezas sobre o futuro elevam o estresse dessa parcela da população. Pessoas caminham diante de cartaz mostrando o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim Foto: Nicolas Asfouri/ AFP

 

 

No maior evento do calendário político chinês, a idade dos protagonistas deverá ter um peso considerável. A prevalecer uma norma não escrita, o Congresso do Partido Comunista que começa no próximo domingo levará em conta na renovação da liderança a marca dos 67 anos como idade máxima. A provável exceção é o presidente Xi Jinping, 69, que deve ser reconduzido ao cargo para um terceiro mandato.

A nova composição do sexagenário poder chinês será responsável por decisões que terão impacto em uma população com média de idade de 38 anos, num momento de particular incerteza entre os jovens. Pela primeira vez desde os anos 1980, quando o país deu início a sua arrancada econômica, a juventude chinesa tem dúvidas se terá uma vida melhor que a de seus pais. Objetivamente, não há do que reclamar: na década de Xi no poder, a China dobrou seu PIB per capita. Mas a possível curva descendente adiante gera apreensão.

Nas últimas quatro décadas, cada nova geração viveu numa China mais próspera que a anterior, e isso se mantém como a principal fonte de legitimidade do PC. A desaceleração econômica cria temores sobre essa progressão, com impacto mais direto entre os mais jovens. A taxa de desemprego urbano na faixa etária de até 24 anos foi de 18,7% em agosto, quase quatro vezes a média nacional.

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