Porto Alegre, segunda, 20 de maio de 2024
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Indústria de frango reage à disputa com a 'carne vegetal', por Patrícia Comunello/Jornal do Comércio

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Santin diz que o frango tem maior conversão para proteína que oleaginosas usadas pelas marcas PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC

 

 

Um dos produtos que ganha mais espaço na Sial Paris é a carne vegetal, ou baseada em plantas. O crescimento do consumo chegou a 49% desde 2017 na Europa. No hall gigante no complexo de exposições, chamado de “pavilhão da carne”, as marcas que usam lentilha, ervilha, grão de bico, feijão e outras fontes de proteína ganham espaços apetitosos. O estande da Heura avisa: “Bem-vindos apaixonados por carne”. Mas a indústria de carne animal do Brasil reagiu, principalmente em relação a conceitos e à tese de sustentabilidade.

A “carne” da espanhola Heura não é a mesma da do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, que falou sobre o assunto com a reportagem do Jornal do Comércio que acompanha a missão da Fiergs, Sebrae e empresas gaúchas na França. “Se a população quiser, que queira, mas não pode impor vontades”, reage Santin, à tese das proteínas vegetais. Ele cita o desperdício de alimentos na França – “chega a 33%”, diz ele, que questiona ainda o uso da palavra “carne”.

Para os fabricantes de proteína vegetal, o que está em jogo é fornecer alimento ao mundo e com a questão da sustentabilidade, leia-se, com mínimo de emissão de carbono.

“Não é preciso diversificar para alimentar o mundo. Estamos dizendo: vendemos 4,6 milhões de toneladas para 160 países, que equivalem a 410 mil caminhões de mudança”, rebate Santin. “Já temos comida, é só saber distribuir”, avisa o dirigente da ABPA, que cita até mesmo desperdício de comida em países como a França.

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