Porto Alegre, domingo, 19 de maio de 2024
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Políticos de esquerda com grande votação têm dificuldade para atingir eleitores mais pobres, por Luísa Marzullo/O Globo

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Mapeamento feito pelo GLOBO com base em dados do TSE mostra que as zonas eleitorais onde eles tiveram maior votação estão em regiões mais ricas de Rio, São Paulo e Minas. Os deputados eleitos Rogério Correia (PT-MG), Tarcísio Motta (PSOL-RJ) e Érika Hilton (PSOL-SP) Marina Ramos/ Câmara dos Deputados e Reprodução

 

 

O perfil do eleitorado dos deputados federais de partido de esquerda mais bem votados em outubro mostra uma concentração de votos em regiões mais ricas de Rio, São Paulo e Minas. Mapeamento feito pelo GLOBO com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que as dez zonas eleitorais onde eles conquistaram votação mais expressiva têm alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). O cenário foi parecido na eleição com candidatos derrotados a governador que eram apoiados pela esquerda nesses estados: Marcelo Freixo (PSB) e Alexandre Kalil (PSD) tiveram padrão semelhante, enquanto Fernando Haddad (PT) em São Paulo também teve seus melhores desempenhos em algumas áreas mais ricas, mas, na capital, superou Tarcísio de Freitas (Republicanos), eleito governador, nos bairros mais pobres.

O panorama reflete um potencial tradicional de votos de classe média e alta por perfil ideológico. E também a dificuldade que a esquerda tem de acessar áreas mais pobres, muitas vezes já dominadas como redutos políticos de quem já está no poder, e onde parte da agenda identitária defendida por políticos desse lado do espectro ideológico tem dificuldade de ecoar.

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