Porto Alegre, quarta, 27 de novembro de 2024
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Disparada nos preços de alimentos é um desafio para o novo governo, por Carolina Nalin/O Globo

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Para conter alta de custos, que afeta população mais vulnerável, especialistas recomendam uso de políticas públicas, como recomposição de estoques reguladores. Entre 2018 e 2021, preços dos alimentos subiram quase o dobro da inflação. Foto: Brenno Carvalho

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva elegeu como prioridade em sua campanha reduzir a fome no país. Mas, para além do desafio urgente de recompor o Orçamento a fim de garantir um Bolsa Família de R$ 600, o novo governo terá de lidar com uma alta inédita nos preços de alimentos.

Desde 2018, o custo da comida vem subindo bem acima da inflação, refletindo uma alta nos preços internacionais, mas também mudanças em políticas públicas, como a redução dos estoques reguladores. E não há sinais de trégua no horizonte. A combinação de efeitos climáticos adversos, guerra na Ucrânia e dólar valorizado deve manter os alimentos sob pressão em 2023.

— A pandemia perturbou os preços relativos dos alimentos. Além disso, tivemos uma série de problemas climáticos, que afetaram a produção, e conflitos geopolíticos. Outra questão é a taxa de câmbio, que está muito desvalorizada no Brasil, o que afeta preço de trigo, milho e preço de insumos — explica o economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP.

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