Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, conheceu a fome no Brasil quando passou cinco anos vivendo em uma favela de Vitória, no Espírito Santo. Responsável pelo programa Fome Zero no primeiro governo Lula, o dominicano se tornou crítico do programa que o sucedeu, o Bolsa Família, por entender que ele não garante a solução permanente para o problema. Segundo ele, seus resultados são suscetíveis às mudanças econômicas e políticas porque o programa não exige que os beneficiários se tornem produtivos nem lhes dá a consciência crítica da cidadania. Sua profecia se realizou no governo de Jair Bolsonaro, quando a fome voltou ao Brasil, atingindo milhões, tornando-se um desafio renovado que o novo governo terá de enfrentar.
Para tanto, Luiz Inácio Lula da Silva obteve os recursos para financiar o auxílio de R$ 600 às mães e de R$ 150 por filho até 6 anos. Betto, que atualmente é assessor da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), está otimista e preocupado. “Se não se introduzir a dimensão educativa nas políticas sociais, nós vamos ter um governo balcão de benefícios.” Leia, a seguir, sua entrevista.
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