Porto Alegre já teve dono. Foi um filho da Capital nascido em 1922, no último dia do ano. Augusto César Cunha Carneiro conta que conhecia todas as ruas da cidade, o que lhe permitia reivindicar o título. É essa passagem, narrada por ele próprio, que abre um pequeno documentário em sua homenagem, produzido por Clarinha Glock e gravado em 2007. Quem o conheceu não se atreveria a discordar.
Para a jornalista Lilian Dreyer, autora da biografia “Augusto Carneiro: Depois de tudo, um ecologista”, ele foi, ao lado de pessoas como José Lutzenberger e Hilda Zimmermann, um “cometa que baixou” em Porto Alegre num “momento abençoado de conjunção”. Somados a outros nomes, marcaram o movimento ambientalista local e serviram de inspiração no Brasil e fora, por meio da pioneira Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), criada em 27 de abril de 1971.
Sem essas pessoas, “muitas das coisas pelas quais continuamos brigando hoje nem teriam mais para brigar”, aposta a jornalista. Do grupo formalmente constituído em 1971, Lutz é certamente a personagem mais ilustre. Mas o que se construiu não se deve a ele somente. “Sem o Carneiro, não existiria a Agapan”, disse ele em entrevista ao jornalista João Batista Santafé Aguiar, trecho reproduzido no livro de Dreyer.
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