Porto Alegre, segunda, 25 de novembro de 2024
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Sobre o arroz orgânico do MST,  por Xico Graziano - Poder 360

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Lavouras vieram de um projeto paraestatal de baixa produtividade e elevado custo, escreve Xico Graziano. Comerciante manuseia arroz em central de abastecimento no Distrito Federal. Para o articulista, lavouras orgânicas do MST são uma "farsa produtiva". Foto:  Sérgio Lima

 

 

Cuidado com a narrativa sobre o êxito do arroz orgânico do MST. Essa história esconde uma farsa.

Começa em 1998, quando o Incra desapropria uma imensa área de várzea no município de Viamão, próximo a Porto Alegre (RS). Por conta da riqueza dos recursos hídricos, era uma Área de Proteção Ambiental (APA).

Pressionado pelo Ministério Público, que temia a contaminação ambiental da região, o Incra formulou um projeto de assentamento rural limitado à agricultura orgânica. Foram selecionadas 376 famílias. Demora quase uma década para tudo funcionar. Investimentos públicos do governo federal (R$ 3 milhões, na época) criam a estrutura de irrigação e, principalmente, a indústria de beneficiamento de arroz. A Embrapa é chamada a dar apoio técnico.
O MST assume o controle total do empreendimento, através de seus braços operacionais e políticos: a Cootap (Cooperativa regional, que beneficia o arroz), a Coperav (Cooperativa local) e a Aafise (Associação de produtores).

Entra no processo a Conab, empresa do Ministério da Agricultura, e começa a comprar parte da produção, dando-a “destinação social”. O ciclo estava fechado. A partir de então, uns 10 anos atrás, o MST turbinou o marketing de seu arroz orgânico.

Tudo funciona como num soviete, um modelo socialista tupiniquim. A “assembleia” decide o que fazer, as cooperativas fornecem os insumos (sementes, adubos, etc), o governo ajuda a escoar a produção. O financiamento
público vem do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).

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