Generais que conhecem o novo comandante do Exército, Tomás Ribeiro Paiva, apostam que ele não vai demorar a abrir investigações internas contra militares que participaram das invasões ao Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF). A necessidade de apuração foi expressada pelo presidente Luiz Inácio Lula e tornou-se uma das razões do desgaste que culminou na saída de Júlio Cesar de Arruda da chefia da Força.
Em conversas no generalato logo após o anúncio da troca — Paiva estava à frente do Comando Militar do Sudeste —, o novo comandante foi avaliado como “legalista”, “cumpridor de normas” e “discreto”. Na semana passada, em uma cerimônia militar, Paiva fez um discurso enfático em “respeito ao resultado das urnas”.
— Eu não tenho dúvida nenhuma que ele vai mandar apurar todos os atos atentatórios à disciplina, abrindo inquéritos e sindicâncias. Quem cometeu transgressão disciplinar vai ser punido à luz do regulamento do Exército ou responder por crime, se for crime. Se for crime militar, vai responder na Justiça Militar. Se for crime comum, na Justiça comum. Ser militar é ser profissional — disse ao GLOBO o general Juarez Cunha, que presidiu os Correios e foi demitido pelo então presidente Jair Bolsonaro em junho de 2019.
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