Teun Voeten toca levemente um dos vários furos redondos numa porta de garagem de uma rua pacata, na zona nordeste de Antuérpia. “Para mim, parece uma kalashnikov”, comenta o antropólogo cultural, especulando que tipo de arma teria matado uma menina de 11 anos dentro da própria casa, no início de janeiro.
Embora se creia que essa morte foi apenas o resultado de um sinal de advertência por uma gangue de narcotráfico, que deu errado, Voeten, que pesquisa a cena das drogas na cidade portuária da Bélgica, diz haver o risco de o possível acidente desencadear “um ciclo de vingança, um nível de violência nunca visto, de dinâmica imprevisível”.
O homicídio aconteceu no dia mesmo em que as autoridades belgas anunciaram que em 2022 haviam sido apreendidas 110 toneladas de cocaína em Antuérpia, segundo maior porto da Europa. Isso é mais do que o dobro de Roterdã, Holanda, onde se apreenderam 52,5 toneladas – uma queda em relação às 77 toneladas de 2021. Mas, apesar de constituir um recorde, calcula-se que 110 toneladas não sejam mais de 10% do total que entra pelo porto belga.
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