Porto Alegre, domingo, 22 de setembro de 2024
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Palanque se impõe à visão técnica e Lula se aproxima de posições de Dilma e Bolsonaro na economia, por Kelly Hekally/Correio Braziliense

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Críticas de Lula ao BC remetem a embates entre o Palácio do Planalto e a tecnocracia das equipes econômicas que marcaram os mandatos de Dilma Rousseff e de Jair Bolsonaro, alimentando divergências entre os próprios aliados (crédito: AFP)

 

 

A linha que separa a retórica política e o tecnicismo governamental guarda grande capacidade de provocar ruídos. O debate puxado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a conveniência da atual política de juros do Banco Central — que envolve, inclusive, a autonomia da autoridade monetária frente ao Executivo — está longe de ser um caso isolado ou um fenômeno dos dias atuais.

Nos últimos 10 anos, a manutenção do capital político, em detrimento das recomendações técnicas, marcaram os governos de Jair Bolsonaro (PL) e de Dilma Rousseff (PT). A ex-presidente, por exemplo, bancou a política de expansão de gastos nos primeiros quatro anos de governo. Ela foi reeleita, mas, no segundo mandato, diante do recrudescimento dos desequilíbrios fiscais e da escalada da inflação, tentou dar uma virada ortodoxa ao chamar Joaquim Levy, “o homem do ajuste”, para calar as críticas que minavam sua base no Congresso. Ao fim, acabou tragada pela instabilidade política que levou ao impeachment. Também em sua gestão, o Brasil perdeu o grau de investimento que atestava a solidez das contas públicas.

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