Porto Alegre, segunda, 23 de setembro de 2024
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"Dá vontade de abandonar tudo e sair correndo", diz produtor de Porto Alegre afetado pela estiagem, por Felipe Faleiro/Correio do Povo

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Oscar da Silva Goulart Neto perdeu 100% dos orgânicos cultivados no Lami e 50% das hortaliças plantadas na Extrema | Foto: Ricardo Giusti

 

 

A Prefeitura de Porto Alegre decretou situação de emergência nas regiões de produção primária por conta da estiagem em 25 de janeiro. A demanda foi homologada pelo Estado no começo de fevereiro e reconhecida pela União há cerca de dez dias. No entanto, na família de produtores de hortaliças de Oscar da Silva Goulart Neto, 51 anos, que mantém duas propriedades no interior do município, tais movimentações parecem não fazer nenhuma diferença.

Em um dos terrenos, na estrada da Boa Vista, bairro Lami, não há sequer rede do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), e 100% da produção de orgânicos está perdida. No local, um caminhão-pipa garante o abastecimento. “Não passa nem máquina aqui”, lamenta ele. Na outra, na Estrada da Extrema, bairro Extrema, há serviços do Dmae, porém a seca já condenou metade da produção. Somente de alfaces, Oscar tem 48 mil pés plantados, além de outras variedades, como rúcula, couve-flor, brócolis e beterraba, entre outros.

A totalidade da produção é comercializada para mercados da zona Sul da Capital. “Não está chovendo direito desde junho. Chuva normal mesmo não existe mais”, desabafa. Nascido “no meio da plantação”, como ele próprio diz, conta que até já recebeu conselhos das duas filhas para deixar o campo, tamanha frustração com a seca. Outra questão que assusta o produtor rural é o registro cada vez mais frequente de altas temperaturas.

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