A penúltima escola a entrar na avenida no domingo foi a Estado Maior da Restinga. Fundada em 20 de março de 1977, é a representante de um dos bairros mais populosos da Capital no desfile da Série Ouro do Carnaval. Iniciando a apresentação às 4h30 de domingo, os Tinguerreiros, como são chamados os integrantes da escola, buscaram o campeonato deste ano com o enredo Bendita és Tu, Anastácia, Negra dos Olhos Azuis, negra escrava nascida no Brasil e que se tornou símbolo da luta contra o preconceito racial.
Para cantar e exaltar a negritude, através da vida deste símbolo de força e resistência, e contra toda forma de preconceito e discriminação, o desfile foi dividido em quatro setores: África Bantu: O Brilhão Dourado e as Visões do Ifá, Vidas Cativas, Olhos Livres, Negra, Escrava, Deusa: O Poder do Axé e Bendita és Tu, Anastácia! Bendita Seja Toda Mulher Negra!.
Integraram o desfile concebido pelo carnavalesco Luciano Maia 21 alas e quatro alegorias. A primeira Ora Yeyeô – Histórias, Africanidade, Destino traz a representação da África Bantu, região de onde os antepassados de Anastácia viviam antes da escravização. A segunda alegoria, de cores fortes e contrastantes, traz o cenário da escravização ocorrida no Brasil durante o período colonial.
O terceiro carro – A Mandinga para Benzer e Curar- falou da elevada energia espiritual de Anastácia e sua forte ligação com os orixás da cura e seus dons. A quarta alegoria representava um santuário no qual Anastácia é aclamada deusa soberana pela comunidade da Restinga e abençoada sob as bênçãos dos orixás.
Ficha técnica
Cores: verde, vermelho e branco
Símbolo: cisne
Presidente: Aldo Rabelo Carlos
Diretor de bateria: Fábio Freitas
Enredo: Bendita és Tu, Anastácia, Negra dos Olhos Azuis
Compositores: Diego Gaúcho, Gabriel Santiago, Rodrigo França, Leandro Queiroz e Sérgio Rosano
Intérpretes: Renan Ludwig e Gabriel Pereira