Porto Alegre, terça, 24 de setembro de 2024
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O casamento da razão com a emoção, por Claudio de Moura Castro/O Estado de São Paulo

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Contar histórias é a melhor pedagogia. A combinação de uma narrativa racional com uma outra, paralela e emocional, torna o aprendizado mais profundo e duradouro

 

 

Escritas há quase 3 mil anos, a Ilíada e a Odisseia moldaram a identidade grega. A Bíblia disseminou o cristianismo. O Corão faz o mesmo para o Islã. Os Lusíadas esculpiram a alma portuguesa. Note-se, além do seu gigantesco impacto, todos esses livros são contações de histórias. Homero, Jesus Cristo, Maomé e Camões sabiam do poder das narrativas, mesmo sem haver feito cursos de Teoria Cognitiva.

É imbatível a mescla de mensagens sérias com emoções. Ao mesmo tempo que nosso intelecto se esgrima com as ideias a serem aprendidas, em outro nível somos capturados pelas emoções da narrativa. Essa dose dupla faz milagres.

De fato, contar histórias é um maravilhoso meio de transmitir mensagens importantes. Digamos que é um namoro feliz da razão com a emoção. E isso é verdade em qualquer assunto. Não nos esqueçamos, os bons professores são bons contadores de histórias.

Embora correta, até há pouco era apenas intuitiva a percepção acerca do poder das histórias. Hoje, a ciência tem o que dizer. Nosso cérebro tem dois lados ou dois hemisférios. O esquerdo processa os assuntos da razão; o da direita, os da emoção. Os assuntos de escola estão quase todos no hemisfério da razão: tabuada, descoberta do Brasil, lei da gravitação universal ou conjugações de verbos irregulares.

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