Porto Alegre, quarta, 27 de novembro de 2024
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Disco de estreia de Nei Lisboa, 'Pra Viajar no Cosmos' completa 40 anos, por Daniel Sanes/Jornal do Comércio

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Há 40 anos, Nei Lisboa lançava Pra Viajar no Cosmos Não Precisa Gasolina, disco que marcou uma geração e ajudou a moldar a música urbana gaúcha FERNANDO COUTINHO/REPRODUÇÃO/JC

 

 

Bom Fim, Porto Alegre, 1980. A efervescência do bairro, antes concentrada na Esquina Maldita – como era conhecido o cruzamento da avenida Osvaldo Aranha com a rua Sarmento Leite, nos arredores da Ufrgs – já havia começado a migrar para o entorno da João Telles. Em dezembro, aquele se tornaria o endereço da “fauna ensandecida do Ocidente”, que circulava entre bares como João, Lola, Luar Luar, Cais, Escaler, Fedor e, mais tarde, bateria ponto na Lancheria do Parque.

A alguns metros do “fervo”, no 10º andar de um prédio na avenida Cauduro, os jovens Nei e Augustinho tentam encontrar o título para uma composição que desejam inscrever no Musipuc. O festival, notório por revelar grandes nomes da música gaúcha, fora interrompido por dois anos, mas ganharia nova edição em novembro.

À mesa da cozinha, saboreando um cafezinho feito pela mãe de Nei, Dona Clélia, um deles solta:

— Pra viajar no Cosmos…
E o outro emenda:
— …não precisa gasolina.

“Não lembro quem falou primeiro e quem completou, tipo Rei do Gatilho do Moreira da Silva: ‘Eu garanto que foi ele / Ele garante que fui eu'”, brinca o guitarrista Augusto Licks, ao recontar a história.
Nei Lisboa corrobora a versão do antigo parceiro musical, mas sem muita certeza. “Foi algo assim… Só não lembrava das circunstâncias, de que tinha sido pra inscrever no festival”, diz.

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