O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retorna ao Brasil confiante de que obteve importantes conquistas na viagem de uma semana a Portugal e Espanha, em especial por reabrir o diálogo com europeus. Mas também volta ao Palácio do Planalto ciente de que ficou para trás o líder que arrastava multidões e colhia aplausos e elogios. Em todos os lugares pelos quais passou, foi confrontado com declarações equivocadas — sobretudo sobre a guerra da Rússia com a Ucrânia —, potencializadas pela ultradireita, que não está disposta a lhe dar trégua.
O momento mais difícil da viagem para Lula foi o discurso na Assembleia da República de Portugal. Ela havia sido avisado de que o clima ali não seria só de exaltação, mas quis pagar para ver. Teve de lidar com vaias e xingamentos por parte de deputados do Chega, partido de extrema direita, que, a todo momento, exibiam cartazes com os dizeres “chega de corrupção, Lula ladrão e Lula na prisão”. Por várias vezes, foi interrompido por murros nas mesas do plenário. Os mesmos ataques ocorreram de fora do Palácio de São Bento, sede o Parlamento, onde centenas de manifestantes criticavam sua presença.
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