Os músicos da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) estão há mais de dez anos sem reajuste da verba indenizatória que recebem para manter os seus instrumentos. Atualmente, a defasagem na parcela é de 100%, o que significa que os músicos têm precisado tirar dinheiro dos próprios bolsos ao precisarem consertar ou repor peças.
A Associação de Funcionários (AFFOSPA) procurou a deputada Luciana Genro (PSOL) para relatar essa situação. A parlamentar está cobrando do governo estadual o desarquivamento de um projeto de lei sobre o assunto, já proposto pelo próprio Executivo em 2022, mas que acabou arquivado com o fim da legislatura passada.
Os músicos informam que os materiais, em geral, são importados, e que o valor pago atualmente foi determinado quando o dólar equivalia a R$ 2, enquanto hoje está em torno de R$ 5. “Além do alto investimento necessário para a aquisição e até reposição dos instrumentos, temos um elevado custo de manutenção que vão desde cordas, arcos e substituição de crinas, bocais, palhetas, surdinas, além de uma infinidade de outros itens para instrumentos de sopro e percussão”, afirma a nota da associação. Os servidores utilizam seus próprios instrumentos para o trabalho.
“Os músicos arcam com seus próprios instrumentos particulares e ainda não estão recebendo o valor adequado para conseguirem pagar pela manutenção. Entendemos a importância da OSPA para a cultura gaúcha e, para além disso, que os músicos são servidores que não podem tirar do próprio bolso para fazer seu trabalho”, aponta Luciana Genro.
A parlamentar enviou ofício ao governador sobre o Projeto de Lei n.º 262/2022, que tratava justamente do reajuste da referida parcela, pedindo que seja desarquivado ou enviada proposta semelhante à Assembleia Legislativa na nova legislatura