O Museu Antropológico do Rio Grande do Sul, (MARS), instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), lançou nesta quinta-feira (11), o site da instituição, em uma plataforma dinâmica, interativa e funcional. No site oficial do MARS (www.mars.rs.gov.br), a equipe da instituição disponibiliza o seu arquivo de documentos de pesquisa, institucional e educacional do Museu.
O lançamento foi realizado em uma cerimônia, que contou com a presença da Secretária de Estado da Cultura, Beatriz Araujo e do diretor de Memória e Patrimônio da Sedac, Eduardo Hann. Na oportunidade, a diretora do MARS, Letícia de Cássia, apresentou o novo site e destacou os 45 anos da instituição. Ela também lembrou da trajetória do Museu nas áreas da pesquisa, educação museal e divulgação científica, e anunciou a programação para 2023.
A secretária Beatriz disse que os investimentos sistemáticos que vêm sendo realizados junto às instituições vinculadas à Sedac buscam resgatar a dignidade desses importantes espaços culturais. “Nós temos investido fortemente na cultura visando exatamente o resgate da dignidade das nossas instituições culturais, o resgate da missão real dessas instituições, da relevância que elas têm para todo o nosso estado. Então eu fico especialmente feliz em perceber que nós temos aqui hoje, na plateia, pessoas que são muito importantes para nossa cultura e que vêm dando contribuições relevantes. Também é importante perceber que o trabalho que nós estamos fazendo merece a credibilidade de todos vocês”, disse Beatriz em seu discurso.
Também participaram do evento o Cônsul-geral honorário da Tunísia, Heinz Huyer; a promotora do Ministério Público, Ana Maria Moreira Marchesan; o diretor-presidente da Fundação Gaúcha do Trabalho e Assistência Social (FGTAS), José Scorsatto; a coordenadora do Espaço Cultural Correios, Cristina Molenda; a diretora do Museu da UFRGS, Eliane Muratori; além de outras autoridades e representantes de movimentos culturais, como a cacica Iracema Gah Té, lider Kaingang da retomada Gáh Ré, no território do Morro Santana; Josete de Iemanjá e Mãe Claudia da Cidade de Tapes.
O Museu Antropológico do RS (Mars), instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), criado em 20 de abril de 1978, tem como objetivos principais a documentação e a divulgação da dinâmica de diferentes contextos socioculturais em âmbito regional.
Seu acervo, constituído por milhares de documentos e objetos oriundos de pesquisas etnográficas de campo, arqueológicas e etnoarqueológicas, está armazenado em três reservas técnicas.
No centro de documentação da Instituição existe, além de obras sobre o tema da antropologia, uma grande quantidade de fotografias, entrevistas, objetos de uso cotidiano e de conotação ritual e sagrada intrínsecas.
Plano Museológico e Pesquisas
O Museu recebeu investimentos que ultrapassam R$ 117,00 mil do governo do Estado por meio do Programa Avançar na Cultura e chega aos 45 anos com a proposta de realizar o seu Plano Museológico, elaborado entre 2021 e 2022 pela equipe da instituição e colaboradores. Sua missão é criar, organizar, apoiar e divulgar o conhecimento antropológico sobre a formação social e a diversidade cultural, no Estado do Rio Grande do Sul, bem como proteger os bens culturais que compõem os acervos, relacionados a este campo.
O MARS se dedica às pesquisas que procuram compreender a formação complexa e plural da sociedade, em suas dinâmicas sociais, trajetórias dos movimentos e coletivos e de seus investimentos significativos, em relação às suas identidades e pertencimentos, especialmente no RS. Os estudos realizados resultaram em 43 mil itens, entre etnográficos e arqueológicos, artefatos arqueológicos, indígenas, fotografias, magnéticos, objetos e documentos testemunhos da cultura sul-rio-grandense. Essas ações expandem reflexões sobre uma antropologia interdisciplinar, realizada em conjunto com as comunidades sociais, grupos e movimentos coletivos que orientam o pensamento humano contemporâneo. A partir desta antropologia, a instituição tem como objetivo contribuir para a eliminação de preconceitos e respeitar a diversidade cultural.
Programação para 2023
Programa de Pesquisa
Plantas de Vida e de Cura – 2023/2024
Projeto de pesquisa e exposição sobre a medicina tradicional indígena das cunhãs das quatro etnias do RS. A pesquisa tem como foco o início em 2023 e a exposição e as atividades pedagógicas em 2024.
Mestres Artesãos FGTAS, MARS e Iphae – 2023/2024/2025
Iniciativa conjunta entre FGTAS e Iphae, criada por meio de um Termo de Cooperação Técnica entre as instituições. A proposta tem como objetivo desenvolver e implementar técnicas para identificar e mapear os mestres-artesãos do artesanato gaúcho, a fim de contribuir para a documentação e divulgação de saberes, ofícios, modos de fazer e os territórios que compreendem o contexto cultural do artesanato gaúcho.
Projeto Rede de Batuques do Sul
Proposta de pesquisa, extensão e oficinas com os guardiões das memórias das casas de raízes e das filiações das tradicionais Nações Ijexá, Cabinda, Jeje-Ijexá e Oió, realizado pelo MARS em parceria com o Pontão de Cultura Ilê Axê Cultural, Assobecaty de Guaíba. O projeto visa a criação de uma cartografia das famílias de santo, registrando sua ancestralidade, e a realização da edição Raízes do curso com as lideranças guardiãs de memórias das casas raiz e genealogias.
Ancestralidades do Sagrado e Memórias: Festas de Oxuns
Projeto de pesquisa que visa estabelecer um percurso das festas de Oxuns na Costa Doce do Rio Grande do Sul. Realização do MARS e do Núcleo de Estudos da Religião – NER/UFRGS.
Programa Educativo e Cultural
Projeto de oficina e curadoria expográfica coletivos Trans – 2023/2024
A proposta é de parceria com coletivos transativistas, para a montagem de oficina dividida em dois momentos: o primeiro com a realização de curso de capacitação de linguagens e técnicas fotográficas direcionadas às pessoas trans, de modo a fotografar objetivos a serem coletivamente decididos durante as aulas e oficinas; num segundo momento a realização de oficinas de curadoria compartilhada entre os participantes e equipe do MARS, para montar um projeto expográfico a ser produzido pela instituição em 2024.
Programa Expositivo
Projeto Ciclo Itinerante de Exposições
Proposta contínua e anual que visa a criação de um produto expositivo didático resultado de exposições realizadas pelo MARS. Em 2023 está programada a itinerância da edição Ciclo Itinerante Palmares Vive!
Edital Antropologia Visual Ocupa MARS
Projeto de edital anual para recepção de propostas de trabalhos já produzidos em Antropologia Visual – etnografias visuais, vídeos etnográficos, desenhos, colagens, documentos audiovisuais e ensaios visuais com metodologias comprometidas com o campo de produção e reflexão da Antropologia Social. Tem como objetivo promover a divulgação da excelência de produções amadurecidas e originais deste campo, que há décadas são desenvolvidas no Estado e no país em diferentes pós-graduações, laboratórios, centros e grupos de pesquisa, com temá ticas e objetos variados de nossa diversidade cultural e social. A seleção das propostas apresentadas e a curadoria de exposição resultante será realizada por comissão formada por pessoas da equipe do MARS e externas, de notório saber na produção e pesquisa na área convidadas.
Programa de Gestão de Acervos
Inventário do acervo MARS
Inventário geral do acervo museal para procedimentos de elaboração de novas normativas de registro e documentação.