Porto Alegre, sexta, 03 de maio de 2024
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Entidades antirracistas exigem na Justiça a presença de negros na diretoria do Carrefour no Brasil, da RFI

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Episódios de racismo foram registrados em diferentes filiais do Carrefour no Brasil REUTERS/François Lenoir

 

 

A agressão e humilhação sofridas por um casal negro acusado de roubar uma lata de leite em uma loja do Carrefour em Salvador não é um caso isolado. Partindo de vários casos de racismo reportados pela imprensa nos últimos dois anos, uma segunda ação civil pública contra o Carrefour foi protocolada na Justiça de São Paulo por entidades antirracistas no último dia 12 de abril. E esta tem uma demanda inédita: as partes exigem mudanças na direção da empresa, com a inclusão de afro-brasileiros com letramento racial no Conselho de Administração.

Esta é a principal medida, sem precedentes no direito brasileiro, que as entidades pretendem impor ao grupo de varejo francês por via judicial, além de exigir, novamente, que a soma de R$ 115 milhões seja destinada a ações afirmativas para o povo negro.

Em 2021 o Carrefour, réu da primeira ação impetrada pelas entidades Educafro e Centro Santo Dias por conta do assassinato de João Alberto Silveira pelos seguranças da rede, em Porto Alegre, havia obtido um acordo judicial com as entidades para destinar R$ 115 milhões à comunidade negra.

No entanto, segundo o advogado responsável pelas duas ações, Márlon Reis, a empresa “se nega a apresentar os comprovantes às entidades do movimento negro e de direitos humanos. A gente não sabe como está sendo utilizado este dinheiro, não há transparência com a sociedade civil”, afirma.

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