As emissões de metano da pecuária são levadas cada vez mais a sério pelos países comprometidos a conter o aquecimento do planeta. Na França, enquanto o governo lança um plano global para acelerar a queda de emissões de gases de efeito estufa, um relatório do Tribunal de Contas do país recomenda diminuir o número de vacas nas fazendas francesas, em especial as leiteiras.
O órgão ressalta que o setor responde por 11,8% das emissões de CO2 equivalentes no país – o mesmo que as geradas pela construção civil residencial. Desde os anos 1980, pelo menos, os efeitos nocivos da digestão dos ruminantes sobre o clima são conhecidos, mas foram ignorados pela agricultura e pelos formadores de políticas públicas. Em síntese, o processo digestivo do gado libera metano, que vai parar na atmosfera pelo arroto dos animais. O maior problema é que o metano tem um potencial de aquecimento 25 vezes superior ao do CO2.
No setor leiteiro, mais da metade das emissões são deste gás perigoso. “O resto das emissões são de protóxido de azoto e o consumo de energia, incluindo os fertilizantes usados na alimentação do rebanho”, explica Jean-Baptiste Dollé, diretor do departamento de Meio Ambiente do Instituto da Pecuária. “Mas também devemos associar a estocagem de carbono da pecuária de leite, porque ao contrário das aves, por exemplo, o sistema digestivo dos ruminantes absorve carbono”, destaca.
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