Emparedado pela falta de prazo e sem uma base fiel no Congresso, o Palácio do Planalto praticamente abriu mão de reverter no Parlamento o esvaziamento de ministérios, como o do Meio Ambiente, chefiado por Marina Silva. A ordem agora é centrar os esforços para evitar que a lista de derrotas se amplie a partir desta terça-feira, quando o plenário da Câmara deverá votar a Medida Provisória que reestrutura o governo. Relator da proposta, o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) afirma que sequer foi procurado por representantes do Executivo e sustenta que o texto aprovado na comissão mista na semana passada será mantido.
A norma editada em 1º de janeiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva é válida só até quinta-feira. Caso não seja analisada a tempo, voltará a valer a estrutura de primeiro escalão deixada por Jair Bolsonaro — são 14 ministérios a menos, por exemplo. O prazo exíguo, já que o texto ainda precisa ser votado nos plenários da Câmara e do Senado, aumentou a pressão sobre o Planalto. Deputados de partidos de centro, da oposição e do Centrão, articulam para que, em caso de mudanças no relatório, a MP não seja apreciada, criando um embaraço ainda maior para Lula.
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