A crise entre o Palácio do Planalto e a Câmara dos Deputados atingiu o ápice nesta quarta-feira, em meio às negociações para a votação da MP que reestruturou a Esplanada dos Ministérios, aprovada apenas no fim da noite, seguindo para deliberação no Senado. O dia repleto de tensões teve direito a falas duras de Arthur Lira (PP-AL) sobre a articulação política do governo e a um recuo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre um encontro presencial com o chefe da Casa Legislativa, após uma conversa entre os dois por telefone. O acirramento do clima em Brasília, no entanto, remonta a um período anterior até mesmo à posse de Lula em 1º de janeiro.
Os pontos de atrito entre Lira e Lula começaram semanas depois da vitória do petista no segundo turno. Nos bastidores, o deputado alagoano deixou claro o incômodo com o empenho do presidente eleito em articular o fim do orçamento secreto junto a ministros do Supremo Tribunal Federal, que acabou extinto pela Corte em dezembro. Ainda assim, o presidente da Câmara foi, no mesmo mês, fundamental para a aprovação da chamada PEC da Transição, que permitiu o aumento de gastos pelo governo federal em 2023.
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