Conhecido por suas posições antagônicas e fortes no Supremo Tribunal Federal, o ministro aposentado Marco Aurélio Mello avalia que a indicação de Cristiano Zanin Martins, advogado do presidente Lula, não é polêmica e que o criminalista ‘tem tudo para se mostrar um grande juiz’ na Corte máxima, assim que perceber a ‘envergadura da cadeira’ que pode ocupar – que foi do ministro Ricardo Lewandowski.
“O momento de agradecer a indicação antecede a colocação da capa de magistrado sobre os ombros. Por isso, o cargo é vitalício. Ser juiz é opção de vida”, anotou.
Marco Aurélio ressalta que o único impedimento que Zanin tem à sua frente no STF tem relação com os processos em que ele participou como advogado, uma previsão do Código de Processo Civil. Nessa seara, estão incluídos as ações e recursos que Zanin impetrou enquanto advogado do presidente Lula no bojo da Lava jato. Com o reconhecimento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro, hoje senador, todas as ações contra o petista na Operação foram anuladas.
Questionado sobre a possibilidade de Zanin eventualmente se deparar com um processo que atinja Lula, Marco Aurélio rememorou o raciocínio que teve quando o ex-presidente Fernando Collor, que o indicou ao Supremo, foi julgado na Corte máxima: “Saí (dos processos) por uma questão simplesmente ética e de foro íntimo. Se eu votasse a favor dele, iam dizer que eu estaria agradecendo com a capa. Se votasse contra, diriam que estaria sendo mais realista que o rei, demonstrar simplesmente independência”.
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