Porto Alegre, segunda, 16 de setembro de 2024
img

Secom conhece diretrizes de combate às fake news propostas aos tribunais de contas

Detalhes Notícia
Associação apresentou ao Governo Federal conjunto de ações recomendadas aos tribunais de contas no país para o combate às fake news e para a fiscalização de publicidade em plataformas que divulgam notícias falsas. Paulo Pimenta e Cezar Miola. A orientação reforça princípios que devem ser observados em auditorias - Foto: Gabriel Della Giustina

 

 

Em reunião com o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) e conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, Cezar Miola, apresentou diretrizes propostas aos tribunais de contas de todo o país a serem consideradas no combate às fake news. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (30/5).

A Nota Recomendatória da Atricon reúne 33 itens que se aplicam diretamente à busca por transparência, combate à desinformação, ética e acesso à informação. A orientação reforça princípios que devem ser observados em auditorias sobre contratos de publicidade firmados pela União, pelos governos estaduais e as prefeituras. O objetivo é identificar se recursos públicos estão sendo direcionados a plataformas que espalham fake news.

O ministro Paulo Pimenta citou a campanha “Brasil Contra Fake”, criada pelo Governo Federal, com o objetivo de conscientizar a população sobre os perigos da desinformação. Lembrou ainda que diversas instituições da administração pública federal são alvos de conteúdos maliciosos que, além de atentarem contra a reputação do poder público, podem colocar a população em risco.

Pimenta também ressaltou a iniciativa da Atricon pela exigência de controle e fiscalização do uso de dinheiro público, em especial no combate à desinformação. “Os tribunais de contas são instituições respeitadas e de grande credibilidade. Ao se associarem a esse esforço pela informação de credibilidade e contra a desinformação, sinalizam que essa não é uma pauta somente do Governo Federal, mas de toda a sociedade”, apontou.

No texto, a associação considera que a comunicação pública é essencial para garantir o exercício da cidadania. Para isso, a oferta de informações públicas e qualificadas precisa estar alinhada aos princípios de valores democráticos, e o enfrentamento aos discursos de ódio e fake news também deve estar presente nas rotinas das instituições.

De acordo com Cezar Miola, a comunicação pública deve acompanhar as constantes transformações da sociedade, já que é por meio dela que as instituições se relacionam com a população, seja informando sobre diferentes ações e serviços ou criando canais de escuta e de diálogo constante. “Procuramos estimular boas práticas na área da comunicação pública, porque ela tem impacto na vida das pessoas. A ideia toda de transparência é que haja uma relação do poder público com a sociedade. Quando se fala em comunicação, também se fala em defesa da democracia, busca da verdade e combate à desinformação. Isso é garantir a cidadania”, argumentou.

APOIO AO PL DAS FAKE NEWS — O presidente da Atricon ainda entregou ao ministro Paulo Pimenta e ao secretário Maneco Hassen (Comunicação Institucional) o manifesto assinado pelos presidentes das entidades que representam os Tribunais e Ministérios Públicos de Contas, em apoio à aprovação do Projeto de Lei 2630/20, denominado de PL das Fake News.

O PL, que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, foi aprovado pelo Senado e tramita agora na Câmara dos Deputados. O texto prevê medidas de combate à disseminação de conteúdos falsos nas redes sociais, como Facebook e Twitter, e nos serviços de mensagens privadas, como WhatsApp e Telegram, excluindo-se serviços de uso corporativo e e-mail.