Na contramão do País, que – desde janeiro deste ano – vê as suas projeções de crescimento sendo revisadas para cima mês a mês (atualmente em 2,19%, conforme divulgação mais recente do Boletim Focus), a previsão para o crescimento da construção civil neste ano apresenta desaceleração. A estimativa para o setor em 2023 – que era de alta de 2,5% no início do ano – já se encontra a uma taxa inferior a 2%, conforme revelou a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, em reunião almoço promovida na sede do Sinduscon-RS nesta segunda-feira (10).
“Iniciamos o ano com uma expectativa de crescer 2,5%, o que atualmente já se encontra em 2%. No próximo dia 31, divulgaremos uma revisão ainda mais forte, com um índice inferior a 2%. Enquanto no Brasil, a projeção do PIB passou de 0,78% em janeiro para mais de 2% agora”, compara a economista.
A revisão de expectativa na construção civil, conforme Ieda, está ligada, principalmente, ao ciclo muito longo de aperto monetário no País. Desde março de 2021 até maio de 2023, a taxa Selic subiu de 2,75% para 13,75% ao ano, mantendo-se nesse patamar desde então. O pessimismo maior no segmento também se explica, segundo Ieda, a demora para serem divulgadas as alterações e novas condições do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida; a queda mais acentuada dos lançamentos imobiliários e a perda de fôlego da retomada do setor, observado no pós-pandemia.
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