Desde a redemocratização não houve mudança maior na característica da sociedade brasileira do que a religiosa. No pleito de 1989, apenas 9% dos eleitores se declaravam evangélicos, e, hoje, esse número, mesmo sem a contagem oficial do Censo, supera os 30%, considerando as pesquisas realizadas pelos maiores institutos do país. Uma corrente que triplicou em pouco mais de 30 anos.
O aumento de evangélicos não é o único ponto que vai destronando o Brasil da posição de país mais católico do mundo. Entre os jovens de 16 a 24 anos, em levantamentos feitos pelo Datafolha, na última eleição, a expressão de pessoas sem religião já supera qualquer linha dogmática existente. No Rio de Janeiro, 34% dos entrevistados nessa faixa etária consideram não possuir religião alguma e mais 32% se declaram evangélicos. Dois terços do novo eleitorado, na segunda cidade mais populosa do Brasil, já não é mais católico.
Essa nova configuração alerta para uma sociedade muito distinta e em constante movimentação. A pensar que os evangélicos crescem quase 1% ao ano e com a estagnação do catolicismo, muito em breve, ao manterem essa taxa de conversão, serão maioria no país. As projeções feitas desde o Censo de 2010, eram de que até 2032, ou seja, daqui a menos de dez anos, o Brasil já teria maioria evangélica.
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