Porto Alegre, domingo, 19 de maio de 2024
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O país do futuro está envelhecendo com rapidez espantosa, por Paulo Rabello de Castro/Estado de Minas

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Parte da população estimada pelo IBGE, que deveria existir no território nacional em 2022, simplesmente sumiu. Último Censo apontou crescimento menor da população do que as projeções (foto: LEANDRO COURI/EM/D.A.PRESS)

 

 

Ainda não tivemos tempo de mastigar e digerir os primeiros resultados do Censo Demográfico produzido pelo IBGE em 2022. Mas já sabemos que algo muito grave se passou na década roubada de 2011 a 2020. O Censo cobre esse período, estendendo-o até 2022 pelo atraso na sua realização. A população residente do Brasil em 2022 ficou em 203,1 milhões de pessoas, contra 190,7 milhões contadas no Censo de 2010. O acréscimo foi de 12,3 milhões de indivíduos, o que representa um crescimento de 6,5% no período, correspondendo a apenas 0,52% de expansão anual, a mais fraca evolução populacional do Brasil desde a primeira contagem realizada em 1872.

Cabe a pergunta: onde foram parar os brasileiros? É uma questão incômoda, de resposta desagradável e profundamente decepcionante para nossa alma patriótica. Também vivi e sempre nutri a esperança no futuro do Brasil como impulso de vida e de trabalho. Embora não podendo reclamar no campo pessoal, reconheço que constituo uma exceção: o conjunto da nação, que vinha apresentando desempenho morno desde os anos 1980, passou a sofrível e – nas décadas recentes – ao estado catastrófico, com todas as sirenes invisíveis de alarme tocando para quem tem ouvidos para escutar.

Os resultados preliminares do Censo 2022 também são sirenes tocando sem cessar. Parte da população estimada pelo IBGE, que deveria existir no território nacional em 2022, simplesmente sumiu. A diferença é enorme, não importando como se faça a conta. Vamos ficar com a última projeção do IBGE, que seria de 208 milhões, deixando de lado aquela da partida do Censo, quando o governo ainda anunciava que a pesquisa iria “concluir que o país tem 215 milhões de pessoas”. Então, como explicar o sumiço de, pelo menos, cinco milhões de pessoas?

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