Porto Alegre, terça, 08 de outubro de 2024
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Agosto Lilás: mulheres que escolheram recomeçar

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Foto: Guilherme Pereira/PMC

 

 

Após vivenciarem um ciclo de violência, um dos objetivos das mulheres é recomeçar suas vidas. Mesmo não sendo um caminho fácil, a Prefeitura de Canoas, por meio da Coordenadoria das Mulheres, busca ser uma ferramenta de apoio para as vítimas nesse percurso.

De acordo com a secretária especial da Coordenadoria de Mulheres, Vani Piovesan, a ideia é realizar um trabalho transversal para fortalecer a rede de enfrentamento à violência contra mulheres e meninas no município. “Nós realizamos um trabalho de conscientização, prevenção e acolhimento, que engloba diversos órgãos do município e do Estado. Nossa rede tem trabalhado para zerar os casos de feminicídio na cidade, além de dar a oportunidade das mulheres recomeçarem suas vidas”, afirma.

Centro de Referência

Uma das portas de entrada para quem busca ajuda é o Centro de Referência para Mulheres em Situação de Violência Patrícia Esber (CRM). No local, as vítimas têm conhecimento sobre os tipos de violência: patrimonial, sexual, física, moral e psicológica.

Entre as referenciadas no CRM está Águia Santos*, 45 anos, que vive a violência patrimonial e psicológica. Assim como outras vítimas, ela vê uma chance de recomeçar a partir dos cursos oferecidos na Casa Lilás. “Os cursos da Casa Lilás serão a chance de recuperar minha autonomia e sair do ciclo de violência”, destaca.

No primeiro semestre deste ano, 1.331 mulheres foram atendidas no CRM e buscaram dar o primeiro passo em busca de um recomeço para suas vidas. É o caso de Luz Silva*, 40 anos, que possui medida protetiva contra o ex-marido. Ele foi um dos primeiros a ter tornozeleira eletrônica instalada através do projeto Monitoramento do Agressor, que iniciou em Canoas no mês de junho.

Luz encontrou nas filhas a motivação para romper com o ciclo de violência e recomeçar. Mesmo após a separação, ela ainda sofria com violência física, patrimonial e psicológica. “Não sou uma mulher leiga e, mesmo com todo conhecimento que tenho, demorei para enxergar que vivia uma violência. Mas posso dizer que nunca é tarde para dar o primeiro passo, eu tive o apoio da minha filha mais nova, que é apenas uma criança, mas que estava vendo tudo e que não queria mais passar por aquilo”, salienta.

* Nomes fictícios escolhidos pelas vítimas para preservar suas identidades.