Porto Alegre, quarta, 09 de outubro de 2024
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NO DIA EM QUE COMPLETA UM ANO DE FALECIMENTO DE RANZOLIN, FAMÍLIA LANÇA PROJETO EM MEMÓRIA DE UM DOS MAIS CONHECIDOS NOMES DA MÍDIA DO RS

Detalhes Notícia
Site conta a história de Ranzolin com depoimentos de personalidades do futebol e completo acervo de narrações de gols.

Nesta quinta-feira, 17/08, data em que completa 1 ano do falecimento de Armindo Antônio Ranzolin, entra no ar o projeto “Memória Ranzolin”, que busca preservar e divulgar a história do icônico narrador dos gaúchos, através de um completo acervo de narrações de gols. São 400 áudios de jogos da Dupla Grenal, Seleção Brasileira, Copa do Mundo, além de uma galeria de fotos, reportagens de coberturas marcantes e outros materiais.

Em Histórias Narradas, personalidades do futebol como Valdomiro, Elias Figueroa, Paulo Roberto Falcão, Renato Portaluppi, Yura e os colegas Lauro Quadros, Pedro Ernesto Denardin, Kenny Braga, João Carlos Belmonte e Antônio Carlos Macedo, entre outros, relembram momentos eternizados pela voz de um dos mais conhecidos nomes da mídia do Sul do Brasil.

Como locutor esportivo, Ranzolin narrou pelo menos 140 clássicos Grenais e levou emoção a gremistas e colorados nos títulos do tricampeonato brasileiro do Inter (1975, 1976, 1979), primeiro Brasileirão do Grêmio (1981), Copa Libertadores e Mundial (1983). Testemunhou ainda a ascensão de Caxias e Juventude, bem como seis Copas do Mundo entre 1974 e 1994.

Apesar da identificação com o esporte, o jornalista Armindo Antônio Ranzolin (1937-2022) tem uma história que extrapola os gramados. A voz inconfundível está na lembrança dos ouvintes com quem dividiu a emoção de gols e outros fatos marcantes da vida nacional e mundial, transmitidos ao longo de cinco décadas pelas rádios Diário da Manhã (de Lages/SC), Difusora (hoje Bandeirantes), Farroupilha, Guaíba e Gaúcha, as quatro últimas de Porto Alegre/RS, nas quais foi locutor, comentarista, apresentador e diretor.
“O Pai sempre dizia que, quando se aposentasse, gostaria de escrever um livro contando histórias que viveu ao longo dos seus 50 anos de carreira, mas no fim, a memória começou a falhar e não foi possível. Então nós resolvemos que faríamos isso por ele, mas de um jeito ainda mais especial, não usando palavras e páginas, mas a própria voz dele, que tanto encantou torcedores e ouvintes e que, felizmente, estava muito bem guardada nos arquivos das rádios por onde ele passou”, destaca a jornalista e apresentadora do Jornal do Almoço Cristina Ranzolin, filha de Ranzolin.
“ A idéia é que o site e as postagens nas redes sociais sejam dinâmicas e recebam atualização constante. Há ainda muitos depoimentos de colegas da imprensa e muito material para ser adicionado. Interessante é que cada pessoa com quem conversamos para fazer o projeto trouxe algum elemento novo, fotos, áudios e vídeos. Agora, com o lançamento do site, penso que este fenômeno deve se multiplicar ainda mais”, acrescenta o filho, o advogado Ricardo Ranzolin.
O site memoriaranzolin.com.brcontou com a participação dos amigos Flávio Dutra e Luciano Klöckner, fundamentais na construção deste Projeto que teve criação e produção de Bruno Chaise, design de Cauê Meneghelli e pesquisa de Ciro Götz e Marcello Campos.
O projeto que tem apoio da Tramontina, não tem fins lucrativos, e qualquer renda será revertida para o Asilo Padre Cacique, instituição apoiada por Ranzolin.
SOBRE ARMINDO ANTÔNIO RANZOLIN
Nascido em Caxias do Sul (Serra Gaúcha) no dia 8 de dezembro de 1937, com 2 anos Ranzolin migrou com a família para Lages (Serra Catarinense), onde a vocação para os microfones ficaria evidente na narração de partidas de futebol-de-botão com o irmão Ivan e os amigos de infância. A paixão pelo futebol ainda teria um breve capítulo como lateral-direito do clube Palmeirinhas, no qual foi fundador, técnico e dirigente.
Mas o talento para a comunicação falaria mais alto. Aos 16 anos, escreveu uma coluna de crônicas sobre o campeonato amador para o Correio Lageano e, com 18, foi convidado a apresentar uma resenha esportiva de 30 minutos por dia na recém-inaugurada Rádio Diário da Manhã. Logo passou a atuar como locutor comercial e como apresentador de programa regionalista, além de animar um show dominical de calouros no cinema da cidade.
Após estrear como locutor esportivo em um duelo entre times locais no dia 18 de março de 1956, seguiu no ano seguinte para Porto Alegre/RS, onde se formaria em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em 1959, foi aprovado em teste na Rádio Guaíba para locutor comercial e redator. No mesmo ano, acabou contratado pela concorrente Difusora como repórter e, em seguida, principal narrador esportivo.
O capítulo seguinte teve início em 1964 como gerente de Esportes e, depois, como diretor Artístico da Rádio Farroupilha. Em 1969, após atuar como superintendente da TV Piratini, voltou à Guaíba para integrar o cast de narradores coestrelado por ícones como Pedro Carneiro Pereira e Milton Jung, permanecendo na emissora até 1984, como gerente de Esportes e principal locutor, quando trocou a rua Caldas Júnior pela avenida Ipiranga para reforçar o elenco da Rádio Gaúcha, vindo a se tornar o diretor do sistema de rádios do Grupo RBS.
Armindo Antônio Ranzolin afastou-se do rádio aos poucos. O último jogo narrado foi Grêmio e Ajax, em 1995, pelo Campeonato Mundial do Japão. Depois, saiu da direção da Rádio Gaúcha, seguindo no comando do Gaúcha Atualidade até 2006 quando pediu a aposentadoria. Em 17 de agosto de 2022, aos 84 anos, o narrador dos gaúchos faleceu em Porto Alegre. Ele deixou a esposa Yara, os filhos Ricardo e Cristina e os netos Henrique, Manoela e Antônia.
Na quinta-feira, às18h, também será celebrada uma missa na Igreja São Manoel, por um ano de falecimento do saudoso comunicador.
LANÇAMENTO “MEMÓRIA RANZOLIN“: 
Quando : 17 de Agosto de 2023