Porto Alegre, sexta, 11 de outubro de 2024
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A SAF não é destino de todos os clubes de futebol. A Sociedade Anônima do Futebol não é a solução de todos os clubes, o que alguns precisam é de gestão profissionalizada, como Inter e Gremio possuem

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Foto: Rosi Boni

 

 

 

 

Rivalidade mesmo só no calor do campo de futebol e entre as torcidas porque fora dos estádios, os ex-presidentes do Grêmio, Romildo Bolzan e do Internacional, Marcelo Medeiros, mostraram sintonia e alinhamento. Eles participaram do Meeting Jurídico da FEDERASUL, nesta sexta (15) que tratou da Sociedade Anônima do Futebol (lei 14.193 de 2021) que completou dois anos.
No debate, os ex-presidentes comentaram que a transformação dos clubes em sociedades anônimas pode não ser o caminho adequado. Por isso, talvez, a SAF não seja o caminho para auxiliar os clubes. “Já temos regras e fiscalizações, porque a receita de sucesso de um clube é a governança”, disse Bolzan. Já, Medeiros lembrou que a chegada do SAF que permite a adoção de um modelo diferente pelas agremiações esportivas pode vir a ser interessante para os clubes quebrados.
O Meeting Jurídico, foi mediado por Renan Boccacio, coordenador da Comissão Permanente de Estudos Societários da Divisão Jurídica. A reunião  mostrou que o encontro dos ex-presidentes (amigos na vida pessoal, colegas de aula e presidentes no mesmo período, de 2017 a 2021) reforçou a aposta no modelo de sucesso dos clubes hoje, associativos, como o Inter e o Grêmio.
A lei das SAF permite que clubes constituam empresas e captem recursos. Alguns grandes times já fizeram acordos (entre eles o Cruzeiro, o Botafogo e o Vasco da Gama). Para os ex-presidentes, a necessidade maior hoje é de uma legislação que permita investimentos em atletas com retorno para quem aplicou os recursos e também receita por transmissões internacionais.
Os dois concordaram também que não existe, no Brasil, amadorismo na gestão do futebol. Ambos afirmaram que a gestão é o ponto de equilíbrio dos clubes e observaram que a longevidade deles (ambos com mais de 100 anos) precisa muito de equilíbrio no cenário político das entidades que abrangem o esporte, como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).