Desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em setembro, o cenário externo mudou e se tornou mais adverso a partir da guerra no Oriente Médio, trazendo incertezas quanto à continuidade do processo de controle da inflação no mundo. Apesar disso, e dos juros de longo prazo dos Estados Unidos alcançarem os maiores níveis em 16 anos, o ambiente interno no Brasil é de continuidade do processo de desinflação e a atividade econômica apresenta moderação em setores mais sensíveis aos juros. Isso justifica, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), a redução na taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 12,25%, anunciada nesta quarta-feira (1º) pelo Copom. Mas, de acordo com o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, a continuidade no processo e a possível elevação da intensidade nos cortes dependerão principalmente do comprometimento do Governo Federal com o as metas para as contas públicas estabelecidas no Novo Arcabouço Fiscal.
Segundo Petry, a responsabilidade fiscal é um dos fatores fundamentais para que a inflação permaneça sob controle e permita que a taxa alcance níveis condizentes com o crescimento do setor produtivo. “A redução dos juros é mais um passo importante do Banco Central para amenizar o aperto nas condições de crédito e nos investimentos produtivos, mas o governo não deve deixar de olhar com atenção para as contas públicas, cumprindo rigorosamente as regras determinadas pelo Novo Arcabouço Fiscal”, afirma.