Foi divulgado na manhã de hoje a ata da última reunião do COPOM e a leitura comparada das últimas atas reitera a visão cautelosa da Autoridade Monetária reforçando assim a perspectiva que o corte total da SELIC não será tão grande quanto o mercado incialmente espera. Mantenho a projeção de SELIC terminal em 10,75% em 2024.
No parágrafo 27, quando entra nas considerações sobre a condução da política monetária, lemos:
“27. Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O Comitê (ressalta ainda) (enfatiza) que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular (as) (daquelas) de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.”
Entre parênteses as alterações entre uma ata e outra.
Vemos assim, mais uma vez, explícito na ata que a Autoridade Monetária pretende deixar a SELIC no campo contracionista.
Isto por si só já deveria sinalizar uma taxa terminal mais elevada que o atual patamar projetado pelo mercado de 9,25% para o ano que vem, mas há outros elementos que conspiram para uma taxa terminal implico maior, onde destaco:
1-) um hiato mais apertado devido aos estímulos à demanda de 2024 (por exemplo PAC).
2-) balanço de riscos ainda desafiador com elevação dos juros mais longos nos EUA.