O Salão Mourisco da BPE apresentará, no dia 30 de novembro, às 20h, a cantora Marguerite Silva para homenagear a sacerdotisa do Jazz, Nina Simone, em um tributo repleto de grandes sucessos da artista na Biblioteca Pública do Estado (BPE). A entrada é gratuita. O evento encerra a programação desenvolvida pela BPE, alusiva ao tema Novembro Negro, com o objetivo de enaltecer artistas negros e promover a reflexão acerca da igualdade e da luta antirracista. Trazendo sua personalidade para a apresentação, Marguerite Silva adiciona toques de brasilidade às canções de Nina, incorporando suas referências na música preta brasileira e nos estilos urbanos como o Hip Hop e o Jazz.
Além da jazzista, estarão no palco do Salão Mourisco os músicos Gilberto Oliveira (guitarra e arranjos), Mel Souza (piano), Lucas Fê (bateria), Ariel Polycarpo (violino) e Cesio Sandoval Peixoto (pandeiro). O show também contará com a participação especial dos escritores Marieta Silveira e Kleber Rocha.
Em uma performance multiartística, o show mescla música com interpretação, trazendo as histórias por trás das canções que abordam temas como racismo e decepções amorosas, presentes no universo de Nina Simone. Margue explica que “ouvir as músicas de Nina Simone é inspirador, mas ouvir suas palavras sábias é transformador. Quando Nina diz que não dá para explicar liberdade porque é um sentimento, isso nos faz refletir sobre o motivo pelo qual os escravizados foram tão duramente oprimidos pelos colonizadores”, completa.
Música como forma de resistência
O espetáculo “Tributo Biográfico Musical Nina Simone: A Alta Sacerdotisa do Jazz” tem como objetivo refletir sobre as questões de opressão racial por meio da obra e da vida de Nina Simone, que deixou um legado único não só para a arte, mas também para a luta pelos direitos civis e pela igualdade racial.
Para Marguerite, “pode-se escravizar o corpo de alguém, mas jamais será possível escravizar sua alma. Só o medo escraviza, e esse foi o principal trunfo usado pelo racismo. Por isso, todo ser humano precisa escutar seus sentimentos, especialmente seus medos. Entender nossos medos é a chave para a nossa libertação, como Nina disse: ‘Eu te digo o que a liberdade significa para mim: não ter medo'”, explica a jazzista.
Marguerite Silva Santos é gaúcha, natural de Porto Alegre/RS. É bacharelanda em Música Popular pela UFRGS e professora de Canto e Práticas Vocais. Em 2021, foi agraciada com o Prêmio Trajetória Cultural Sirley Amaro. Em 2023, recebeu homenagem do Centro Negro de Cultura Sopapo Poético. Participou de musicais e óperas com peças de Mozart, Bach, Puccini, George Gershwin, Andrew Lloyd Webber e outros. É idealizadora do Concerto Ébano e Marfim. Cantou em harmonias de Escolas de Samba do RS e RJ. Despontou no cenário musical como uma das mais talentosas artistas da nova geração de cantoras do Sul. Pela força das raízes, junta cores e ritmos que unem o Rio Grande do Sul e a África Negra. Seus shows já levantaram o público nos principais teatros da capital do RS, como Theatro São Pedro, Teatro Renascença, Teatro Carlos Carvalho – Casa de Cultura Mario Quintana, Multipalco – Theatro São Pedro e Museu de Arte de Arte do RS – MARGS. Em seu repertório e em suas influências estão presentes o Negro Spiritual, Jazz, R&B e o Samba.
Eunice Kathleen Waymon, conhecida pelo nome artístico Nina Simone (1933-2003), foi uma das maiores pianistas, compositoras e cantoras de jazz, blues, soul e gospel de sua geração. É bastante conhecida no meio musical do jazz, mas trabalhou com diversos estilos musicais ao longo de sua vida, como música clássica, blues, folk, soul, R&B, gospel e pop. Dona de uma voz única, a cantora fez de sua música uma expressão da luta pelos direitos civis da população negra estadunidense, e sua obra permanece como exemplo de resistência.
Serviço:
“Tributo Biográfico Musical Nina Simone: A Alta Sacerdotisa do Jazz”
Data: 30/11
Horário: 20h
Duração: 1h
Local: Biblioteca Pública do Estado (Rua Riachuelo, 1190, Centro Histórico – Porto Alegre)
*Entrada franca