Porto Alegre, quinta, 28 de novembro de 2024
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Projeto aprovado na Câmara colocará Brasil na vanguarda mundial em pesquisas científicas

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Depois de vários anos em discussão no Congresso Nacional, foi aprovado nesta quarta-feira (29), pela Câmara dos Deputados, o projeto de lei 7.082/2017, que regulamenta as pesquisas clínicas no Brasil. O texto foi relatado pelo deputado federal Pedro Westphalen (PP-RS), que avalia que a proposta colocará o país na vanguarda mundial em estudos científicos, abrindo caminho para novos investimentos e avanços na saúde.

Pedro Westphalen Foto: Zeca Ribeiro/CD

“O Brasil entra agora em uma nova era. É um grande passo que nos coloca em patamares internacionais de pesquisa, destravando o processo hoje existente. Toda a população, principalmente os mais necessitados, vão ganhar com isso”, celebra o parlamentar.

De autoria da ex-senadora Ana Amélia Lemos, o projeto estava há bastante tempo em discussão na Câmara, tendo passado por diversas audiências públicas e por três comissões antes de ir a plenário nesta quarta.

“Conversei com todos para escutar, modificar e aperfeiçoar o texto, até chegar a uma proposta que dê tranquilidade para avançarmos”, enfatiza Pedro.

A proposta, que ainda passará por nova votação no Senado Federal, estabelece regras para as pesquisas clínicas com seres humanos e o controle das boas práticas clínicas por meio de comitês de ética em pesquisa (CEPs). O texto estabelece direitos para os participantes voluntários das pesquisas e deveres para o pesquisador, o patrocinador e demais entidades envolvidas.

Hoje, estima-se que a aprovação da realização de uma pesquisa leve cerca de 215 dias, por passar por duas instâncias deliberatórias. Com a proposta, apenas um órgão fará essa avaliação, o que vai agilizar o processo – agora, os comitês terão prazo de 30 dias para analisar os protocolos submetidos.

Mercado de 200 bilhões

O mercado das pesquisas clínicas movimenta, mundialmente, mais de 200 bilhões de dólares. No entanto, hoje o Brasil é apenas o 20º país em número de estudos em andamento – apenas 2%, abaixo de nações como Taiwan e Hungria. As projeções são de que, se chegássemos ao 10º lugar, seriam mais de R$ 2 bilhões em investimentos diretos por ano por aqui.

“Temos universidades, hospitais e especialistas que estão entre os melhores do mundo. Precisamos aproveitar ao máximo esse potencial. Hoje, o que vemos é que muitos cérebros estão deixando o país para trabalhar no exterior, deixando de desenvolver nossa ciência por aqui”, lamenta o deputado federal Pedro Westphalen.Além da geração de empregos e maiores investimentos em tecnologia, o parlamentar projeta benefícios para toda a população, com acesso mais rápido a novos tratamentos para diversas doenças, como câncer, Alzheimer e Parkinson.

“Estamos vendo várias enfermidades que, com novas e modernas medicações, agora têm perspectiva de cura ou melhor qualidade de vida. Agilizar o processo das pesquisas vai tornar mais rápida a incorporação desses medicamentos ao país, especialmente no Sistema Único de Saúde”, destaca Westphalen.